terça-feira, 31 de maio de 2011

Aí vem o Godhound

capa do Godhound EP (2011).
 Todos os dias lemos em livros de História sobre a ousadia que moveu o mundo nos tempos antigos, e com o tempo isso tudo foi passado para a música. Foi depois de bandas como o Black Sabbath e o Led Zeppelin que a música passou a trilhar uma estrada diferente, e em meio a tudo isso, depois de muitos anos surgiu o Godhound, fruto do sonho de 5 pessoas fãs de rock'n'roll.

A banda formada por Hilton Trindade (vocal), Vitor Assmann (guitarra), Victor Freire (eu mesmo, guitarra), Kael Freire (baixo) e Alessandro Natalini (bateria), deu início às suas atividades aproximadamente em outubro de 2010, e o resultado de todo o trabalho acabou por ser registrado no seu primeiro trabalho, o Godhound EP (2011).

O Godhound EP (2011) conseguiu traduzir em 4 músicas toda a sua vontade em produzir um rock'n'roll de qualidade, tentando ao mesmo tempo voltar às raízes do estilo e trazer a sonoridade do rock'n'roll clássico para o século XXI.
Godhound.
Quem nos dá boas-vindas ao rock'n'roll do Godhound é a explosiva Sirens, mostrando toda a proposta da banda. Dando continuidade ao EP temos a faixa-título, Godhound, uma faixa pesada e veloz ao mesmo tempo, me fazendo lembrar um pouco o Motorhead. A "pancada" Can I Baby, vem logo em seguida, trazendo uma sonoridade mais "moderna" do que as duas faixas que abriram o EP, rock'n'roll puro.

Encerrando o Godhound EP (2011) vem Do It Now, uma música com muitas variações no estilo, o que mostra um pouco de toda a capacidade de composição da banda. Algo interessante sobre essa música é que ela foi inteiramente composta no estúdio, então ela tem a influência de cada integrante da banda, variando desde riffs mais técnicos a riffs velozes e pesados. Do It Now foi uma excelente forma de fechar esse EP, porque mostra que muito mais ainda está por vir.

Todas as músicas do Godhound EP (2011) estão disponíveis no Godhound Myspace Oficial.

Então, meus amigos web-leitores, aí vem o Godhound...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Resenha de Shows: Paul McCartney (22/05/11 - Rio de Janeiro/RJ)

Voltamos com mais "Resenha de Shows" aqui no Rock'N'Prosa, com a resenha mais especial de todas que eu já fiz. O Iron Maiden que me perdoe, mas esse foi o show mais épico e explosivo que tive o prazer de comparecer.
Poster da Up and Coming Tour 2010/2011.
A jornada rumo ao show começou há 1 mês atrás, quando em uma bela manhã anunciaram que Paul McCartney estaria voltando ao Brasil para fazer um show no Rio de Janeiro, cidade que tinha ficado de fora dos shows que a "lenda viva" do rock'n'roll mundial fez no nosso país ano passado.

Depois de ter que faltar aula para comprar meu ingresso, finalmente chegou o domingo dia 22 de maio de 2011. O dia já começou em clima de "Beatles" para mim, com I've got a Feeling tocando no despertador. Após 1 hora de voo, partindo de Florianópolis/SC, desembarco na Cidade Maravilhosa, onde encontro nada mais, nada menos que o "Profeta" em pessoa, o grande Zé Ramalho.
 
Inicia-se a jornada rumo ao estádio João Havelange, o Engenhão, o qual já estava tomado pelos fãs que aguardavam pacientemente a abertura dos portões na fila. Após várias conversas com "beatlemaníacos" da fila, finalmente chega a hora da abertura dos portões.
Fila para a arquibancada inferior oeste, no estádio Engenhão. (foto: Karlo Schneider)
Dentro do Engenhão pude apreciar toda a sua estrutura, que é magnífica, contrastando um pouco com o bairro. Mas, enfim, após ver o show de um DJ americano (que não fui atrás nem de saber o nome) e depois de várias "olas", às 21:00 os telões (e coloque "ões" nisso) do palco são ligados e começam a mostrar imagens da carreira de Paul. Aproximadamente às 21:40, finalmente, as luzes se apagam e o velho "Macca" sobe ao palco, para delírio total das 45.000 pessoas presentes.
Paul McCartney no palco, executando Jet.
O que falar do set-list? Impossível não dizer que o cabelo do braço não subiu quando os primeiros acordes de Jet começaram a soar e logo depois All My Loving, acompanhado de um "Boa noite, Brasil". Estava vendo a história da música passar bem ali pela minha frente. Não, eu não era nem nascido quando os Beatles acabaram ou quando John Lennon morreu, mas é isso que a música é, imortal.

O que me impressionou foi o peso das músicas ao vivo, sempre tinha acompanhado muito Paul McCartney através de DVD's, e dos álbuns dos Bealtes e Wings, mas não consigo descrever a atmosfera que envolveu cada música no show. Um exemplo disso foi após The Long and Winding Road, quando Paul disse: "Essa vai para os fãs do Wings" e começou Nineteen Hundred and Eighty-Five. Essa música em particular, no Band on the Run (1973), é muito simples e não tem uma pegada rock'n'roll, mas ao vivo ela criou alma nova, ganhou uma nova atmosfera. Eu fiquei por um tempo apreciando ela, sem acreditar que era aquela mesma música que escutei inúmeras vezes no álbum, foi para mim um dos destaques do show.
All we need is Paul. (foto: Karlo Schneider)
Foi nesse momento que pude ver toda a capacidade da banda que acompanha Paul McCartney: Brian Ray (guitarra e baixo), Rusty Anderson (guitarra), Abe Jr. (bateria) e Paul Wickens (teclados). A habilidade de todos nos vocais e instrumentalmente é indescritível, parece que todos eles nasceram em um berço de rock'n'roll, porque todas as músicas receberam uma nova roupagem. Eles deram uma sonoridade de rock'n'roll de garagem aos clássicos do Beatles e Wings, em outras palavras, músicas antigas com uma sonoridade moderna.

Depois de três verdadeiras pedreiras dos Beatles: I've Just Seen a Face, And I Love Her e Blackbird. Paul dedica a próxima música a John Lennon, e sozinho no palco executa Here Today, música que ele compôs pouco tempo depois da morte do seu ex-companheiro de banda. A sonoridade da música envolveu todo o estádio em um clima de melancolia, contrastando com o que veio em seguida. Com bandolim em punhos Paul inicia Dance Tonight, com direito a uma coreografia do baterista Abe Jr. e tudo. Essa para mim foi outra surpresa, porque não era a minha música favorita do set-list, mas a atmosfera que ela gerou no show, principalmente depois de Here Today, foi muito boa.

Um dos lados bons do show é que se você pensa que Paul fica com seu baixo Hofner 100% do show, está muito enganado. Durante todo o show ele varia os instrumentos, passando pelo bandolim, guitarra e violão. E foi com o violão em punhos novamente que o velho "Macca" iniciou Mrs. Vandebilt, do Wings. E essa música ao vivo é ainda mais animada do que no DVD e/ou álbum, tão grande foi o ânimo que meu amigo Karlo Schneider, com quem tive a honra de assistir todo o show ao lado, pediu um cerveja e eu disse na mesma hora: "peça duas".

Entre clássicos do Wings, Beatles e um pouco da sua carreira solo, eis que chega o momento mais aguardado por mim. Após executar Eleanor Rigby, Paul pega o seu clássico ukulele (presente de George Harrison) e inicia a minha música favorita dos Beatles, Something, lembro que na hora ainda cheguei a pegar meu telefone para ligar para meu pai, mas a ligação não completou. A música foi tudo aquilo que eu achava que ia ser e mais um pouco, não consigo descrever em palavras a sensação de vê-la ao vivo, lembro que comentei na hora com Schneider: "Nenhum DVD do mundo consegue captar o que está sendo essa música agora". A versão executada por Paul é excelente, ele começa executando sozinho a música no ukulele e logo após o refrão a banda toda entra junto executando a versão original da música, enquanto o telão mostra imagens de George Harrison. Juntamente com Jet, Something foi a música que fez valer toda a viagem, toda a espera, tudo.

Mas, e quem disse que minha noite de emoções pararia por aí? Logo após Something a banda inicia Band on the Run, grande clássico do Wings, e mais uma vez o destaque vai para o peso colocado na música. O que mais me marcou nessa música foi o refrão, porque quando percebi estava cantando junto com as pessoas que estavam sentadas ao meu lado na arquibancada. Depois de todo o estádio fazer o símbolo do Wings com as mãos, Paul chama todos para cantar junto com ele uma música que nunca havia sido executada no Rio de Janeiro por ele antes, a alegre Ob-la-di Ob-la-da, dos Beatles. Foi a deixa para eu pegar novamente meu telefone, e agora sim, conseguir completar a ligação para meu irmão, que é um grande fã dessa música. Porque a vida continua, não?
Vista do show da Pista Prime. (foto: Karlo Schneider)
Após mais clássicos dos Beatles, e um dos destaques da turnê Up and Coming Tour é justamente a enorme quantidade de músicas dos Beatles presentes no set-list. Paul mesmo disse que nunca tinha tocado tantas músicas dos Beatles em um show como vem tocando nesta presente turnê, que muitos dizem ser a sua última, veremos...

Enfim, após músicas como Back in the U.S.S.R, Paperback Writer e A Day in the Life, Paul volta ao piano e inicia Let It Be, eu estava sentado e sentado fiquei, um senhor que estava ao meu lado também se sentou e me disse: "Uma dessas é para se sentar". E nem menos acaba a música e Paul, ainda no piano, começa: "When you were young and your heart was an open book...". Isso mesmo, era Live and Let It Die, e logo com o início da música veio a expectativa pelo tradicional show pirotécnico que acompanha ela, e quando ele veio, não decepcionou.

Isso é que é um show de rock'n'roll, as explosões que acompanharam Live and Let It Die fariam o KISS ter orgulho de Paul McCartney, e logo após as explosões me lembrei na mesma hora do meu amigo beatlemaníaco Togo, porque ele uma vez me disse que não eram só os fogos de artifício que tinham sua magia, o cheiro da pólvora que vinha até nós também emocionava.

E quando você acha que depois de 2 horas e meia de show Paul McCartney ainda não tinha uma carta para queimar, é aí que você se engana. Ainda no piano ele inicia, acho que o maior clássico dos Beatles de todos os tempos, Hey Jude. O que mais gostei foi na hora do "na-na-na-na hey Jude", onde o público levantou cartazes com "NA" escrito, formando um verdadeiro mar de "Na-Na-Na's", o próprio Paul McCartney se emocionou nessa hora, pude perceber que ele travou um pouco os vocais quando viu os cartazes, também, não era para menos.

Logo após esse momento épico a banda deixa o palco e volta logo em seguida para o primeiro "bis", destaque para Get Back, foi muito bem executada por todos. Passando as 3 músicas que fizeram parte do "bis" a banda novamente deixa o palco e depois de pouco tempo Paul volta ao palco carregando uma bandeira do Brasil, enquanto o tecladista Paul Wickens tinha em punhos uma bandeira do Reino Unido. E só os dois dão início a Yesterday, essa música é ainda mais bonita ao vivo, e antes que me perguntem, não, eu não chorei.

Continuando no segundo "bis", após Yesterday a banda inicia Helter Skelter, música que deu um Grammy a Paul McCartney esse ano, e encerra o show com Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, acompanhada por The End, se despedindo de todos com as últimas palavras que os Beatles nos deixaram, que "no fim, o amor que você pega é igual ao amor que você faz". Não tinha frase melhor para encerrar 3 horas de um espetáculo que foi puro rock'n'roll.

Do começo ao fim o show foi de uma perfeição só, Paul McCartney sabe muito bem como prender a atenção do público no seu show, até nos momentos em que ele se esforçava para falar português, olhando para um "bizu" ao lado do palco, ele conseguia chamar o público para embarcar no seu "ônibus mágico e misterioso" e viajar pelo legado dos criadores do rock'n'roll.

É isso, web-leitores fãs de rock'n'roll, foi uma experiência incrível e espero que vocês tenham gostado dessa resenha. Até o nosso próximo show.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Humor Hall #3

Vamos voltando com mais "Humor Hall" aqui no Rock'N'Prosa, a coluna hoje mais uma vez está assinada por Paulo Freire.

E não é que nem o Titãs escapou dessa vez, olhe o que aconteceu enquanto eles tocavam "Bichos Escrotos"...


quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Fila do Show


Enquanto voltava para casa hoje comecei a me lembrar sobre tudo aquilo que conversei nas filas dos shows que eu fui, então decidi escrever sobre esse verdadeiro canal de discussões, de onde um dia sairá uma solução para salvar o mundo.

Uma vez me disseram que o "matuto" entende de acasalamento de "muriçoca" (ou pernilongo, para os web-leitores não-nordestinos) a ancoramento de navio, e isso é muito bem aplicado aos assuntos de uma fila de show. É claro que o show é o assunto principal, você encontra sempre muitos fãs falando sobre álbuns, curiosidades sobre a banda, cantando músicas, etc. Mas, neste último domingo (22/05) me peguei conversando sobre a influência da alimentação à base de víceras nas civilações mundiais.

Foi isso mesmo que vocês leram, entre uma conversa e outra encontrei um senhor de Campina Grande/PB que ia assistir ao show e começamos a discutir sobre as comidas típicas do nordeste, e foi aí que ele me falou essa verdadeira pérola: "As grandes civilizações do mundo têm uma alimentação à base de víceras". Me lembrei na mesma hora de uma panelada com cuzcuz e de um picado (ou sarapatel, para os cearenses).

O que quero dizer com isso tudo é que o show não se resume às 2 ou 3 horas de espetáculo. As 6 horas de espera na fila também fazem parte do conjunto, e é daí que saem as melhores histórias.

Então, vamos todos saudar a nossa "Sociedade Filosófica Fila do Show".

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Somos todos Poetas: 23

Há algumas semanas atrás eu me arrisquei a escrever esses versos, e acabei não divulgando-os porque na época eles não faziam sentido. Mas, hoje, acho que eles se adequam muito bem à situação.


23

Aos 23
Eu achava que o mundo estava perdido
E mesmo sem nunca tê-lo visto
Continuava caminhando tentando não se sentir vencido

Aos 23
Eu tinha sonhos não realizados
E os deixava me abalar sempre que podia
Mesmo sabendo que um dia eles seriam desprezados

Aos 23
Eu me sentia em um vazio
Na mais longíqua das constelações
Nunca sabendo se seguia no caminho certo

Aos 23
Eu tentei acender a luz
Tentei quebrar o muro
Mas, sempre um novo era construído
E eu voltava novamente para o escuro

No seu tempo
A noite virará dia
E a canção ganhará notas
Aos 23
Não se apagará a chama que já ardia

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Humor Hall #2

Acho que a maioria de vocês deve saber, mas no dia 20 de maio, este que vos escreve dá mais uma volta no ciclo da vida. E como a vida deve ter alegria, vamos adicionar mais um membro ao nosso "Hall do Humor".

Meu irmão sempre me surpreende nos cartões de aniversário, e o desse ano não foi diferente. E aí? Vai um "Black Metal Birthday" aí?

p.s: Não conheço quem é o autor dessa foto, por isso omiti os créditos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Vivendo sob o Arco-Íris

O nosso "Cantinho do Rock" de hoje vai agarrar o arco-íris, matar o rei, atravessar os portões da Babilônia e encontrar quem está na montanha de prata. Isso mesmo web-leitores, estamos falando do Rainbow.
Show do Rainbow, por volta de 1975.
O Rainbow foi criado por Ritchie Blackmore, após sair do Deep Purple, e a fase da banda que mais gosto é justamente o começo, quando o objetivo era só compor boas músicas e não sucessos comerciais. Ou, fazendo uma alusão ao Mágico de Oz, a época em que eles ainda estavam sob o arco-íris.

No início, o Rainbow contava com os vocais de Ronnie James Dio, e os três álbuns dos quais ele participou são verdadeiras obras-primas: Ritchie Blackmore's Rainbow (1975), Rising (1976) e Long Live Rock'n'Roll (1977).
capa do Ritchie Blackmore's Rainbow (1975).
A banda influenciada pela música clássica e pela temática medieval, que Dio trouxe da sua antiga banda (o Elf), rapidamente ingressou no circuito mundial do rock'n'roll. O álbum de estréia do Rainbow, o Ritchie Blackmore's Rainbow (1975) produziu logo de cara clássicos como The Man on the Silver Mountain e Catch the Rainbow. Essa última mostrando toda a capacidade de Dio em escrever letras: porque vivemos "acreditando que podemos pegar o arco-íris", "mas a vida não é uma roda, com correntes feitas de aço". Não precisa falar mais nada.
capa do Rising (1976).
O Rising (1976) foi lançado logo após o álbum de estréia do Rainbow, e é apontado como um dos melhores álbuns de todos os tempos. Assim como o primeiro álbum, o Rising (1976) produziu grandes clássicos, tais como Tarot Woman e Stargazer. A gloriosa jornada do Rainbow continuou no épico Long Live Rock'n'Roll (1977).

A faixa-título desse álbum, Long Live Rock'n'Roll, é um dos maiores clássicos do rock'n'roll de todos os tempos. Além dela o álbum apresentou ao mundo as marcas registradas do Rainbow: Kill the King e Gates of Babylon.
capa do Long Live Rock'n'Roll (1977).
Após o sucesso desses três álbuns, a banda meio que desceu do arco-íris. A gravadora exigiu de Ritchie Blackmore e Dio músicas mais comerciais, com um estilo mais adequado ao mercado da época. Isso culminou na saída de Ronnie James Dio da banda e na mudança no estilo do Rainbow.

Não estou aqui dizendo que a banda ficou ruim, só perdeu um pouco da sua identidade. Mas, a música prevalece. E vamos encerrar essa postagem com um período onde todos caminhavam no arco-íris e não tinham intenção de descer.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Humor Hall #1

Um pouco de humor nunca é demais, e quem disse que situações engraçadas também não acontecem no rock'n'roll? Foi pensando nisso que decidi criar mais uma coluna para o Rock'N'Prosa, o Humor Hall.

Para começar, há alguns anos a Adidas lançou uma série de comerciais intitulados "Impossible is Nothing" (em português, algo como "O impossível não é nada"). Eis um dos comerciais da Adidas que não foram ao ar:

No fim dos anos 80, Roger Waters brigou com os demais membros do Pink Floyd, o que culminou na sua saída da banda. Depois de anos de brigas por direitos autorais, mais de 20 anos depois da separação da banda, no último dia 12/05 David Gilmour se juntou a Roger Waters no palco, nada é impossível.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pure Rock: Especial Ronnie James Dio


Hoje, dia 16 de maio, está se completando 1 ano desde que o mago Ronnie James Dio nos deixou. Ao longo dos dias que antecederam esse dia para ser lembrado dedicamos boa parte de nossas postagens a ele.

O nome "Dio" ("Deus" em italiano) é mais que adequado para nomear Ronald James Padavona, o nosso Ronnie James "Dio". De longe, um dos maiores ícones de toda a história do rock'n'roll, e mais especificamente do heavy metal.

A carreira de Dio foi uma das mais brilhantes de todo o rock'n'roll. Desde o seu início no Elf, passando pelo Rainbow e pelo Black Sabbath, participando de verdadeiras obras-primas como o Rising (1976) e o Heaven and Hell (1980). Culminando na sua gloriosa carreira solo, onde Dio mostrou todo o seu potencial em relíquias como o Holy Diver (1983).

Nos anos 90 Dio continuou com a sua carreira solo e por volta de 2008, juntou-se novamente com seus ex-companheiros de Black Sabbath e formou o Heaven and Hell, banda a qual dedicou todo o seu tempo até ser diagnosticado o cancer que acabou por tirá-lo deste mundo em maio de 2010.

Esse "Pure Rock", de todos os que fizemos, é o mais merecido pela pessoa homenageada. Então, sem prolongar muito, vamos à nossa homenagem a um dos maiores vocalistas de todos os tempos.

#1 - Rainbow - Tarot Woman (Rising, 1976)
Começando logo com um grande clássico da banda que lançou Dio no circuito mundial do rock'n'roll. O Rainbow é uma das melhores bandas que eu já escutei, e boa parte disso é devido aos vocais de Dio. O Rising (1976) é apontado como um dos melhores álbuns de todos os tempos, e essa música é a sua abertura.

#2 - Heaven and Hell - Bible Black (The Devil You Know, 2009)
Como informado anteriormente, nos anos 2000, Dio se juntou a seus colegas de Black Sabbath e formou o Heaven and Hell, após sair em turnê, só executando clássicos do Black Sabbath, a banda decide entrar no estúdio e gravar um álbum com músicas inéditas. O resultado disso tudo foi o The Devil You Know (2009). O que mostra que mesmo com quase 40 anos de carreira, a capacidade de composição desses caras não enferrujou nem um pouco.

#3 - DIO - Rainbow in the Dark (Holy Diver, 1983)
Ingressando agora na carreira solo de Dio, logo com o seu álbum de estréia, Holy Diver (1983). Eu gosto de todo o álbum, mas Rainbow in the Dark é uma música que mostra um pouco da influência do Rainbow e do Black Sabbath juntos na carreira solo de Dio.

#4 - DIO - Dream Evil (Dream Evil, 1987)

Dream Evil é mais um clássico da carreira solo de Dio. O Holy Diver (1983) contribuiu muito para o crescimento de Dio no circuito do rock'n'roll, nos anos 80 a banda DIO era considerada como "grande", estando no mesmo patamar de bandas como o Iron Maiden ou AC/DC. O Dream Evil (1987) foi mais um ponto alto da carreira de Dio. Na turnê desse álbum, DIO chegou ao festival Monsters of Rock, como um dos cabeças de cartaz.

#5 - Black Sabbath - Children of the Sea (Heaven and Hell, 1980)
Esse para mim é o auge da carreira de Dio, o Heaven and Hell (1980) foi um dos melhores álbuns que já escutei, já disse isso muitas vezes nesse blog. Children of the Sea é minha música favorita do álbum, não só pelo instrumental, que é sensacional, mas pela letra também. E como Dio nos diz na letra de Heaven and Hell: "O fim é apenas o começo". Então, nada melhor do que terminar a nossa jornada pela carreira de Ronnie James Dio com o começo de tudo, com a música que incluiu de vez ele na história do rock'n'roll pesado. Essa versão é justamente do último show da vida de Ronnie James Dio, logo após esse show foi diagnosticado a sua doença e ele deixou os palcos. O show está registrado no DVD Neon Nights.

LONG LIVE RONNIE JAMES DIO!!!!!

sábado, 14 de maio de 2011

Prosa Rock: O Fantástico Mundo das Guitarras pt. III

A primeira parte do "Fantástico Mundo das Guitarras" gerou polêmica entre alguns web-leitores justamente pela omissão de marcas como ESP, Jackson e Ibanez na história. Para não desconsiderar essas grandes marcas, estenderei essa postagem até a terceira parte, onde procurarei fazer uma alusão a essas 3 grandes marcas.

Depois da revolução iniciada pela Fender e pela Gibson, o mercado de instrumentos musicais aumentou o que fez com que novas empresas surgissem no mercado. Como os japoneses não podem ficar de fora em nada no mundo, foi criada a Electric Sound Products (mais conhecida como ESP) no final dos anos 70, para produzir peças para guitarras customs, para concorrer com os modelos já consagrados das empresas americanas.
logo da ESP.

A ESP logo ganhou reputação no mercado de peças e avançou um degrau, começando a produzir guitarras completas. Isso ocorreu no início dos anos 90, quando as primeiras guitarras "assinadas" começaram a surgir no mercado. "Assinaturas" de grandes nomes do rock'n'roll como James Hetfield (do Metallica) e Dave Mustaine (do Megadeth) ajudaram na alta reputação que as guitarras ESP têm hoje.

James Hetfield (Metallica), um dos "padrinhos" da ESP.
Paralelo à ESP, surgiu também no Japão a Ibanez, que começou também fabricando peças para guitarras Fender Telecaster's e Gibson Explorer's. A Ibanez surgiu em 1908, mas a fabricação de guitarras só começou no começo dos anos 60, através de cópias dos modelos consagrados da Fender, mas depois de problemas com a justiça a Ibanez passou a produzir seus próprios modelos.
logo da Ibanez.
O que ajudou a Ibanez a crescer, assim também como a ESP, foram os seus "padrinhos". Guitarristas como Stevie Vai (ex-Whitesnake e um dos melhores guitarristas do mundo) e Joe Satriani (atualmente no Chickenfoot) adotaram guitarras Ibanez como suas guitarras oficiais.
Stevie Vai e sua Ibanez personalizada.
Joe Satriani e sua Ibanez.
Outro fabricante de guitarras que cresceu muito foi a Jackson. Ela foi criada no começo dos anos 80 pela necessidade de Randy Rhoads (guitarrista de Ozzy Osbourne) de produzir uma guitarra personalizada. Randy, juntamente com Grover Jackson, criou o modelo Concorde, que é uma releitura da Flying-V da Gibson. Esse foi o pontapé de partida para que a Jackson entrasse de vez no mercado de guitarras.
logo da Jackson.
Randy Rhoads e sua Jackson Concorde.
Além de Randy Rhoads, o guitarrista do Iron Maiden, Adrian Smith, adotou a Jackson como sua guitarra oficial. Hoje a empresa foi comprada pela Fender, o que justifica um pouco o crescimento da ESP nesses últimos anos.
Adrian Smith (Iron Maiden) com sua Jackson.
O diferencial de todas essas empresas são as modificações existentes em cada modelo. Os modelos clássicos da Fender e Gibson não podem ser muito modificados, o que atrai cada vez mais guitarristas para empresas como ESP e Ibanez

Em termos de sonoridade não sei o que falar, nunca tive a oportunidade de tocar em qualquer modelo desses. Mas, algo que notei é que elas são mais adequadas ao rock'n'roll pesado do que as outras, porque cada vez mais vemos guitarristas de bandas como o Children of Bodom, Gamma Ray ou o próprio Metallica usando ESP's, Jackson's ou Ibanez do que os modelos clássicos da Gibson e Fender.

Enfim, essa foi a terceira e última parte do "Fantástico Mundo das Guitarras", espero que vocês tenham gostado desta série, e que não olhem mais as guitarras com os mesmos olhos de antes.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Nós também fazemos covers pt. I

Para começar, você sabe o que é um cover? Vamos imaginar a seguinte situação: você tem uma banda. No meio dos ensaios você decide tocar junto com a sua banda uma música da sua banda favorita, em outras palavras, a sua banda irá tocar um cover. Não está muito bem explicado, mas imagino que deu para entender.

Se você pensou que quem faz cover é quem não sabe compor, está muito enganado. Até as maiores das bandas incluem covers em seus shows. O objetivo desta série de postagens é compartilhar um pouco disso tudo com vocês.

Um dos mais famosos covers no mundo do rock'n'roll é o de Diamonds and Rust, de Joan Baez, pelo Judas Priest. Desde o começo dos anos 80 o Judas inclui essa música em seus shows, e o que acho interessante é que o Judas Priest pegou a versão folk de Joan Baez e adicionou um peso que só os "Deuses do Metal" conseguem.

Segue abaixo a versão original de Joan Baez:



O Blackmore's Night, projeto folk do "Zé Lezin" do rock'n'roll, Ritchie Blackmore (Deep Purple e Rainbow). Também executou Diamonds and Rust, mas só que de uma forma mais fiel à original:




Por fim, veja o Judas Priest executando Diamonds and Rust:




Para quem escutou tudo, de qual você gostou mais? É interessante ver como cada banda modela a música, você pode notar isso facilmente nas versões. A música é a mesma, mas a magia por trás dela é diferente.

Bom, essa foi a primeira postagem da nossa série, e até a próxima com mais covers.

domingo, 8 de maio de 2011

Resenha de Shows: Hangar (21/08/10 - Natal/RN)

O show do Hangar em Natal/RN de longe foi um dos melhores shows que eu fui em 2010, e não sei porque estou escrevendo sobre esse show só agora. Essa resenha merecia ter sido feita logo no dia após o show.

Hangar e o seu InfalliBus.
 Foi um sábado muito especial na cidade de Natal/RN, era a primeira vez em anos que toda a turma oficial dos shows, a quem costumo chamar de "Equipe Rock'N'Prosa", estaria junta em um show.

O local escolhido não poderia ser melhor, o Galpão 29 na Ribeira. Chegamos por volta das 22:00, no velho clima rock'n'roll, escutando AC/DC no caminho e cantando junto com a banda. Acabei perdendo o show do Comando Etílico por causa de um cachorro-quente, mas entrei a tempo de ver o Deadly Fate, grande banda.

A maior surpresa na entrada foi ver toda a estrutura que o Hangar trouxe para Natal/RN, palco completo. O engraçado foi o grito de um espectador ao ver a gigante bateria de Aquiles Priester coberta por um pano preto no palco: "Meu Deus!! É a nave da Xuxa".

Hangar: Eduardo Martinez, Aquiles Priester, Humberto Sobrinho, Fábio Laguna e Nando Mello.
Depois de pouca espera, nos posicionamos ao pé do palco e às 23:00 a introdução de The Infallible Emperor começou a soar pelo Galpão, no momento em que Aquiles Priester assume seu lugar de respeito na bateria e Eduardo Martinez (guitarra), Fábio Laguna (teclado) e Nando Mello (baixo) adentram o palco, seguidos por Humberto Sobrinho (vocal). A banda estava em turnê do seu álbum Infallible (2010), e executou o álbum quase na íntegra. Além da primeira música do álbum fizeram parte do set-list Colorblind, Some Light to find my Way, Dreaming of Black Waves e The Garden, essa última foi uma surpresa da banda, porque eles ainda não haviam executado ela ao vivo.

Hangar em Natal, destaque para a bateria completa de Aquiles. (foto: José Nilson)
Mais de 500 pessoas estavam lotando o Galpão 29, o maior público da turnê do Hangar. Além das músicas do novo álbum, o público também viu o Hangar executar clássicos dos seus álbuns antigos como Hastiness, Forgive the Pain e Call me in the Name of Death. O que mais me impressionou foi a habilidade da banda ao vivo, os vocais de Humberto são perfeitos, e a execução de Aquiles nem se fala, logo, o que esperar de um dos melhores bateristas do mundo?

Humberto Sobrinho e Eduardo Martinez. (foto: José Nilson)
Um dos momentos mais fortes do show foi a execução de Time to Forget, uma música com uma mensagem super positiva e a emoção colocada pela banda na execução deixou essa música ainda melhor. Nas duas horas de show o povo potiguar ainda viu o Hangar executar Rainbow in the Dark, em homenagem a Ronnie James Dio e encerrar o show com The Reason of your Conviction.

Vista do balcão, do palco do Hangar. (foto: José Nilson)
Foi um grande show, como falei antes, um dos melhores shows que pude ir e depois do show a banda ainda teve paciência de distribuir autógrafos e tirar fotos com os fãs. E o que me surpreendeu foi a humildade de todos, principalmente de Aquiles, apesar de ser um dos melhores bateristas do mundo ele conversou normalmente com todo mundo e até me agradeceu por ter ido ao show depois que autografou o meu Infallible (2010).

Enfim, onde quer que eu esteja e o Hangar for tocar, com certeza eu irei, o show é simplesmente perfeito. E dentro das próximas semanas vamos abrir a temporada com os shows de 2011 na nossa "Resenha de Shows", até a próxima.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Galeria de Clássicos: Judas Priest - Painkiller (1990)

capa do Painkiller.
Voltamos com mais clássicos aqui no Rock'N'Prosa, com um álbum que merece, mais do que qualquer um, fazer parte da nossa "Galeria de Clássicos". O Painkiller (1990) para mim é o melhor álbum do Judas Priest, de longe, mesmo embora muita gente não pense assim.

Quando se pergunta a um fã qualquer do Judas Priest qual é o seu álbum favorito, todos respondem "British Steel" ou "Screaming for Vengeance", que são excelentes álbuns, mas sempre acabam esquecendo do Painkiller.

Judas Priest: K. K. Downing, Ian Hill, Rob Halford, Scott Travis e Glenn Tipton.
Lançado em 1990, o Painkiller é o décimo segundo álbum do Judas Priest e quase marcou o fim da banda. Todos podem pensar: "Só poderia mesmo acabar, depois de um álbum como esse é impossível fazer um melhor", o que concordo. Rob Halford decidiu deixar a banda durante a turnê do Painkiller alegando brigas internas, e os integrantes remanescentes disseram que a banda não poderia existir sem ele.

Mas, o "fim" ficou só por aí, porque a banda recrutou o vocalista Tim "Ripper" Owens para substituir Rob Halford e ainda gravou 2 álbuns com ele nos vocais: Jugulator (1997) e o Demolition (2001). Produtores de Hollywood pegaram emprestado a história de Tim Owens e a colocaram em um filme, Rockstar (2001).

O Painkiller (1990) é um álbum conceitual e tem como personagem principal um dos Messias criados pelo Judas Priest, nesse álbum é o "Messias do metal" (ou "metal messiah"), que foi enviado ao mundo para destruir todas as fontes do mal e resgatar a humanidade da destruição.

Todas as músicas do álbum descrevem o Messias, que tem um "corpo de metal" e pilota um "monstro de metal", como mostrado na capa do álbum. Não é à toa que os membros do Judas Priest são conhecidos como "Deuses do Metal".

O álbum começa logo com a arrasadora e clássica Painkiller, com a introdução de bateria mais famosa de todos os tempos, impossível de não ser reconhecida. Confira o video oficial de Painkiller:


Dão sequência ao álbum também clássicos como Hell Patrol e Nightcrawler, mostrando toda a essência do que realmente é o Judas Priest. Que não possuem letras emblemáticas, mas instrumentalmente são a "5ª sinfonia do Metal". Segue abaixo Hell Patrol, retirada da edição especial de aniversário de 30 anos do British Steel:


O álbum ainda conta com o hino Between the Hammer and the Anvil, uma das melhores músicas do Judas Priest, na minha opinião. E fecham essa obra-prima do heavy metal as excelentes A Touch of Evil e One Shot at Glory. Confira A Touch of Evil, retirada do DVD Rising in the East, que marcou a volta de Rob Halford aos vocais do Judas Priest:


Resumindo, o Painkiller (1990) definitivamente faz parte do meu Top 5 de melhores álbuns de todos os tempos. É simplesmente perfeito, da primeira até a última música. É um álbum que vale a pena ser escutado, e que vale a pena ter em sua coleção.

Segue o track-list:
1.    "Painkiller" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 6:06
2.    "Hell Patrol" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 3:35
3.    "All Guns Blazing" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 3:56
4.    "Leather Rebel" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 3:34
5.    "Metal Meltdown" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 4:46
6.    "Nightcrawler" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 5:44
7.    "Between the Hammer and the Anvil" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 4:47
8.    "A Touch of Evil" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing, Chris Tsangarides) – 5:42
9.    "Battle Hymn" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 0:56
10.   "One Shot at Glory" (Glenn Tipton, Rob Halford, K. K. Downing) – 6:46