quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012



O ano ainda não acabou, e pelo visto o mundo também não, então ainda temos tempo para mais uma postagem. Partindo da ideia do web-leitor Enaldo Segundo, vamos fazer uma retrospectiva dos acontecimentos de 2012.

2012 foi mais um ano brilhante para o rock'n'roll. Tivemos pontos altos na cena local, pontos altos na cena nacional e também na cena internacional.

No ano de 2012 o rock potiguar viu a expansão do Festival DoSol, a volta do Circuito Cultural da Ribeira e a realização da inédita Virada Cultural de Natal. Em Mossoró/RN o Cultura MetalFest e Rockstage trouxeram peso para a cidade, contrastando com os tradicionais shows de forró, além da aquisição de um novo local para a cultura alternativa, o Centro Cultural DoSol Mossoró.

Em 2012 ainda conhecemos mais um trabalho de peso do Monster Coyote, The Howling (2012), e o EP homônimo de estréia do Godhound. Vimos também o surgimento de novas bandas, como o Far from Alaska, que está exportando o nome do Rio Grande do Norte para o resto do Brasil.

Shows. Shows e mais shows nas nossas proximidades. Além dos shows do Monster Coyote, Talma&Gadelha, Camarones, Truckfighters e Far from Alaska, o Nordeste brasileiro recebeu o imortal Paul McCartney, em uma data da sua turnê "On the Run". Mas, como nem tudo são flores, vimos ainda os cancelamentos dos shows do Black Label Society e do Scorpions, em Fortaleza/CE e Recife/PE, respectivamente. Por outro lado, fomos ainda contemplados com a turnê do Viper e recentemente do Shadowside, em Natal/RN.

O Brasil não ficou de fora do progresso do Nordeste não. O nosso país recebeu ainda a turnê The Wall, do Roger Waters, além da The Tour do KISS, promovendo o seu novo álbum, Monster (2012). Álbuns, cidadão! 2012 foi um ano de ÁLBUNS de fato. Além do excelente novo do KISS, tivemos o Clockwork Angels (2012), do Rush, e o excelente Stalingrad (2012), do Accept; sem contar no La Futura (2012), do ZZ Top e Last of a Dying Breed (2012), do Lynyrd Skynyrd, trazendo a sonoridade clássica dos anos 70 para o século XXI.

2012 foi também um ano de reuniões. O Black Sabbath voltou aos palcos com sua formação quase original e tivemos também um princípio de reunião do Nirvana, sem contar na reunião do Viper, já mencionada. Falando em reunião, entramos no lançamento do ano e provavelmente da década. O Celebration Day (2012), do Led Zeppelin, trouxe de volta o sonho de milhões de fãs que imaginavam o que a banda poderia fazer ao vivo nos dias de hoje. Contrastando modernidade com a classe das músicas lançadas nos anos 1970.

Bem, isso foi basicamente o que tivemos em 2012, e desde já fica a nossa esperança para que 2013 seja tão bom quanto esse ano foi, e se possível, ainda melhor. Essa agora é nossa última postagem do ano. Muito obrigado pelo apoio nesse ano, tanto dos web-leitores antigos como dos novos. Nosso compromisso está reafirmado para 2013, trazendo sempre novos contos sobre o rock'n'roll.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Resenha de shows: Roger Waters (Rio de Janeiro/RJ - 29/03/2012)




Por Enaldo Segundo

Desde o dia 29/03/2012 eu busco alguma maneira de descrever o que eu senti das 21:00 até as 00:00 da própria data. Sozinho, encarando a cegueira e ficando surdo, com nada pra me ajudar além de minhas mãos e minha própria cabeça. Lá estava eu.

O dia no RJ era nublado e com muita chuva. Cheguei ao aeroporto do Galeão com sentimentos distintos: empolgado por realizar o sonho de ver um dos maiores espetáculos da terra e um pouco pensativo pela morte do saudoso Millôr Fernandes (faleceu no dia 28/03). Todos os sentimentos em um só dia. Havia algo reservado? Vendo hoje, 9 meses depois, é fácil dizer que sim.

Sempre fui um grande entusiasta do Pink Floyd. Às vezes acho que segui um caminho contrário. A maior parte dos meus amigos são fãs de carteirinha dos Beatles e seus “dissidentes”. No caminho contrário, acabei me apaixonando pelos acordes de David Gilmour, as letras de Roger Waters, o teclado obscuro de Rick Wrigth e o genial desleixo de Nick Manson. Algo que me deixava hipnotizado e eufórico.

Um descanso, um almoço tranquilo, uma tarde ouvindo o The Wall no celular. E finalmente a ida ao Engenhão. Decidi chegar cedo. Fui “premiado” com um Engenhão ainda vazio e sem filas (apesar de até a hora do início do show o evento não ter apresentado nenhum problemas com filas, tudo muito organizado). Desde a entrada no Engenhão algo que me chamou a atenção: som e projetores. Projetores que eu nunca havia visto e com uma qualidade inacreditável. Um sistema de som que me deixaria procurando algo que, de tão real, eu achei que estava sobrevoando o estádio (o som de Helicóptero no início de ‘The Happiest Day of Our Live’).

Com a pontualidade inglesa, ele iniciou o show às 21 horas. Com educação, uma voz feminina ao fundo dizia que “Roger” não tinha problemas com as fotos/filmagens, “Roger” apenas pedia para que os ‘flashes’ das câmeras fossem desligados para que não atrapalhassem as projeções no telão. Bom, estamos no Brasil, ninguém desligou flash nenhum. Felizmente não interferiu no grande espetáculo.

Empolgado, como de costume, ele iniciaria o show vestido de ditador. Luzes, fogos, e o público de aproximadamente 50 mil pessoas iam à loucura. E eu? Eu estava lá. Encantado. Arrepiado. Com lagrimas nos olhos. Sentindo que aquele era o local certo e a hora certa em que eu deveria estar. O som me deixava arrepiado, as projeções me deixavam hipnotizados. Olhava para o lado e as pessoas estavam boquiabertas, outras chorando, outras abraçadas. Para todo aquele público era mesmo “The Happiest Days of Our Lives”. Fotos? Vídeos? E eu lá me lembrei disso. Se em In The Flesh eu estava arrepiado, logo ao começar The Thin Ice, as primeiras lágrimas corriam no rosto. A homenagem a Jean Charles, o “Nem Fudendo” estampado no telão logo após o questionamento em “Mother”: Mother should I trust the government? A emoção transformada em lágrimas na execução de “Vera” e “Bring The Boys Back Home”. A doçura de Comfortably Numb e o seu solo magnífico que ninguém nunca vai executar como David Gilmour. Assim como “Nobody Home”, uma música que poderia definir o que se passava na minha cabeça. São esses alguns sentimentos que eu posso compartilhar com vocês. Quaisquer outras palavras soarão repetitivas. Para o fã do Pink Floyd eu tenho certeza que essas palavras serão suficientes, para quem não é, fica o mistério do que se passa na cabeça de alguém que cresceu ouvindo e sentindo tudo que estes rapazes fizeram pelo rock mundial. No fim do show, o sentimento de “dever cumprido”. Eu tinha uma dívida comigo mesmo. Eu precisava vê-los algum dia. Mesmo que fosse apenas um deles. Mesmo que a banda já tenha acabado há décadas. Mesmo que eu precisasse sacrificar boa parte do meu dinheiro. Tudo que gastei, paguei, valeu a pena. Repetiria se fosse preciso. Loucuras como essa precisam ser mais constantes em um mundo tão previsível.

O público ia deixando o estádio em completa tranquilidade e eu me despedia daquele palco para voltar para a minha cidade e minha rotina. Já estava com saudades daquele dia e nem se passavam 30 minutos que eu havia deixado o Engenhão. Hoje, 9 meses depois, fecho os olhos e imagino o mesmo local. São memórias eternas, algo que eu contarei pros meus filhos, sobrinho e netos. Algo que ninguém poderá tirar de mim.

Foi a realização de um sonho, e mesmo depois dessas linhas ainda é impossível descrever o que eu realmente estava sentindo. O único sentimento que me recordo e que levo até hoje é o de gratidão. Muito obrigado, Roger Waters.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A Odisséia do dia


Se existe alguma forma de tornar esse blog mais psicodélico do que já é, com certeza devo compartilhar com vocês minha primeira semana nessa nova vida. Logo no primeiro dia recebi o chamado do Controle na Terra para iniciar as atividades e assim, tomei minhas pílulas de proteína e coloquei o meu capacete. 

A responsabilidade do cargo logo de cara cai sobre suas costas, naquele instante, ali, na frente de 30 futuros engenheiros, você é o responsável por transmitir aquilo pouco que você aprendeu na graduação para eles. A viagem continua sempre, novos planetas vão sendo descobertos, paradas são realizadas para abastecimento da nave, e novas espécies são apresentadas a cada dia.

Linguas diferentes são faladas, a nave passa por uma tempestade solar, entramos no hiperespaço. Um poema é lido, uma música ouvida, e no final de tudo, quando nosso dever é cumprido, o Controle na Terra nos chama de volta e adentramos na sua atmosfera.

Outro dia é outra viagem, outra canção. Encontramos com espécies antigas, novos alienígenas, e transmitimos nossa mensagem. Alguns captam, outros não, alguns respondem, outros a deixam se perder na imensidão do universo. Como diz o Zé Ramalho: "Na vida é assim: um bom e outro ruim".

Psicodelismo à parte, todo mundo escreve a sua Odisséia todo dia, e assim que deve ser a vida. Se o tempo permitir, volto com ainda mais rock'n'roll antes do fim de 2012. 

Se não, até 2013 rumo aos 3 anos de Rock'N'Prosa!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

História é comemoração



Todos os dias nos deparamos com alguma comemoração histórica: aniversário de alguma data história, aniversário de algum músico (tanto de vida como de morte), aniversário de lançamento de algum álbum, etc. Ou seja, a história sempre é propagada.

Eu mesmo tomo a liberdade de fazer isso aqui no Rock'N'Prosa, homenageando os aniversários, tentando de uma forma simples, dar continuidade à história que move o mundo.

Isso eu vejo principalmente no rock'n'roll. Todos os anos bandas clássicas lançam versões especiais de aniversário de seus álbuns, como aconteceu recentemente com o Machine Head (1970), do Deep Purple. Sem querer de forma alguma desmerecer os outros músicos, mas nunca vi, e espero ver, uma versão de aniversário de algum álbum da Cláudia Leite. Isso é muito ruim, porque de certa forma, a música deles vai morrendo, sem ser propagada. Puxando para o axé, o que ainda vejo propagar a música é o Chiclete com Banana. Eles conseguiram virar uma banda clássica só com shows, sem lançar muitos álbuns de estúdio, coletâneas e re-edições. Eu vejo eles como uma exceção à regra.

O bom das comemorações históricas é isso, você voltar no tempo, reviver uma época. Porque você não tem culpa de ter nascido em uma época após o lançamento do seu álbum favorito. Como muitos antigos comentam e acabam te culpando pela qualidade musical dos dias de hoje.

Enfim, para encerrar nas palavras do Rainbow: "Vida longa ao rock'n'roll".

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Um dia de celebração



Ontem recebi um grande presente. O mais novo DVD do Led Zeppelin, o Celebration Day (2012). À princípio ele parece um DVD qualquer, para os desavisados, digo logo.

Há 2 meses atrás, depois de uma atividade suspeita na sua fanpage do Facebook, o Led finalmente anuncia que o show realizado no dia 10 de dezembro de 2007 estaria disponível em DVD, para que todo mundo que não esteve no show, como este que escreve aqui, tivesse a oportunidade de compartilhar esse momento com a banda.

Acompanhei tudo de perto. A divulgação do dirigível, da ponte sobre o rio Tâmisa (elementos presentes na capa do DVD, para você entender melhor), da música Celebration Day sendo postada no canal da banda, até a entrevista coletiva onde eles anunciaram o lançamento do DVD e exibição no cinema.
capa do Celebration Day (2012).
O que testemunhei ontem ao inserir o disco no aparelho foi um acontecimento único na história do universo. Uma das maiores bandas de rock de todos os tempos voltou no tempo por uma noite e executou seus clássicos para o seleto público. Já digo porque "seleto". Quando a banda anunciou a volta, em 2007, o único show na O2 Arena, em Londres, vendeu seus 18.000 ingressos em menos de 10 minutos.

Logo de início fui para Trambled Under Foot. Esqueci todos os telefones e e-mails quando John Paul Jones começou a executá-la no teclado. E teclados, iluminaram o show em Misty Mountain Hop e Kashmir. A mesma suavidade e agressividade (com perdão para a antítese) das guitarras de Jimmy Page marcaram Stairway to Heaven e The Song Remains the Same. Quem é clássico, é clássico, Robert Plant apesar da idade, ainda chama a responsabilidade nos vocais.

Não entendo muito do espiritismo, me corrijam se estiver errado, mas tenho certeza que o espírito do John Bonham desceu e assumiu o seu lugar na bateria no corpo do filho, Jason Bonham. Tem horas até que esquecemos que ele partiu. Execução perfeita das músicas. Destaque para Rock'n'Roll.
Led Zeppelin no palco da 02 Arena, em Londres.
Foi emocionante ver aqueles caras juntos novamente ali naquele momento. A sensação que tive foi que a banda nunca acabou, parece que eles vinham tocando juntos desde os anos 80. O show não teve aparato. Os 4 Led's e só. Nada de orquestras, músicos contratados extras, pirotecnia, nada. A música do Led Zeppelin foi o destaque do show. É claro que resumir o Led Zeppelin em 16 músicas é complicado. Queria ter visto The Rover e All my Love no show, talvez até Moby Dick, seria até uma forma de Jason fazer um tributo a mais ao seu pai.

Encerrando, esse é um dos melhores lançamentos da década, não estou exagerando, e quem quiser, pode comprar sem medo, você não se arrependerá.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Um ouro que estava escondido

capa de Matando o Amor (2011).

O título da postagem já é controverso, porque o ouro que encontrei estava escondido somente para mim, ele estava bem ali na frente e nunca tinha visto.

Ainda não tive a oportunidade de ver o Talma&Gadelha ao vivo, mas a curiosidade finalmente me levou a escutar o último álbum deles, o Matando o Amor (2011). Tudo o que tinha ouvido a respeito da criatividade da banda e da qualidade das músicas ficou evidente logo de cara assim que escutei Enigma, faixa que abre o álbum. O legal, além disso, foi ver que já tinha cruzado com membros da banda várias vezes na saída dos ensaios do Godhound, e não sabia.

As músicas simplesmente ficam grudadas na sua cabeça. As melodias dos vocais e o instrumental leve, alternando sons limpos com distorções "vintage", contribuem para isso. O Roqueiro e a Hippie traz a alternância da Simona Talma e do Luiz Gadelha nos vocais, ficou bem interessante, ainda mais com o instrumental meio "havaiano". Diversidade é a palavra que reina no álbum. Músicas mais rápidas, mais lentas, mais rock, mais MPB, tem de tudo. Lembramos um pouco dos Mutantes em Mais uma Cereja, e da MPB moderna em Daqui Há Alguns Anos, com direito a progressão no decorrer da música. Um dos melhores refrões do álbum está presente em Porque todo coração é burro, música que para mim é um dos destaques do álbum. Outro fato que merece destaque são letras em português. Hoje é raro ver uma banda de rock, por mais leve que seja, cantando em português, e para isso eu tiro o meu chapéu para o Talma&Gadelha.
Talma&Gadelha (da esquerda para a direita): Henrique Geladeira, Simona Talma, Emmily Barreto, Luiz Gadelha e  Cris Botarelli. 
Fica até um pouco chato comentar música a música, o álbum inteiro vale a pena ser escutado. O foco principal da postagem é mostrar que no nosso estado existe uma relíquia dessas e eu não conhecia, ou talvez até você que está lendo neste exato momento. Foi uma pena ter perdido o show deles no Festival DoSol, mas na próxima oportunidade estarei lá com certeza.

Espero ter feito jus à banda com essa pequena revisão e para quem não conhecia o trabalho deles, vale a pena conferir não só o deles como o das demais bandas do estado. Volto a dizer, tem muita coisa boa aqui que não chega ao conhecimento de muitos.

Para quem quiser conferir o som deles, o álbum está disponível no site do DoSol (clique AQUI).


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O mestre Jonas e a Baleia


Se o rock mundial tem o Muro do Pink Floyd, podemos dizer que o rock brasileiro tem a Baleia de Jonas. Para quem ainda não entendeu, calma. Estamos aqui falando da música do Zé Rodrix, Mestre Jonas.

A história do muro erguido pelo Pink Floyd já foi bastante comentada aqui no Rock'N'Prosa, e uma história semelhante aparece quando escutamos Mestre Jonas. Meu contato com essa música foi na coletânea do Sá, Rodrix e Guarabyra, Rock Rural (2010), trazendo músicas das carreiras da dupla e do Zé Rodrix.

O muro ao qual Roger Waters se prendeu é resumido na Baleia de Jonas. Eu gosto muito dos contos bíblicos, acho que ainda tenho o VHS com a história de Jonas e a Baleia. Resumindo, Jonas recebe uma ordem de Deus para profetizar em uma cidade, mas decide fugir em um barco. Uma tempestade atinge o barco e só cessa depois que Jonas pede para que seja atirado ao mar. No mar, ele é engolido por uma baleia, onde passa 3 dias, de onde só saiu depois de pedir perdão à Deus.

Bem, no rock'n'roll, Jonas decidiu não sair da Baleia para fugir da loucura do mundo. Para ele a Baleia era um lugar seguro, onde nunca iriam "incomodar sua paz". É algo que nos faz pensar. É melhor enfrentarmos o mundo de frente? Ou morar dentro da nossa Baleia?
Sá, Rodrix e Guarabyra.
Eu costumo achar que é melhor enfrentar a loucura do mundo, mas sem se tornar um louco. Não adianta morar dentro da Baleia e deixar o mundo como está. Você querendo ou não, ele continuará louco. O que precisamos fazer é aprender a viver nele, mas volto a dizer, sem se tornar um louco.

Não sei se é muito "Pink Floyd" fazer essa analogia da Baleia com o Muro. Esses conceitos estão próximos. A ideia do isolamento proporcionado por esse elemento material é evidente, e a ideia de reingresso no mundo é representado quando Jonas deixa a Baleia, ou quando o Muro de Pink é quebrado.

Zé Rodrix ou Roger Waters, todos tiveram a mesma ideia de contar a sua história. A lição quem deve tirar é você.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Relatos do Festival DoSol 2012


Todos os anos reservo um fim de semana do mês de novembro para ir ao já tradicional Festival DoSol. O Festival DoSol é o maior festival de música alternativa do estado do Rio Grande do Norte, e quiçá, Nordeste, torço para um dia chegar lá. As edições que aconteciam somente em Natal/RN foram expandidas nesse ano para as cidades de São Paulo/SP, Mossoró/RN e Caicó/RN. Uma grande jogada de fato da organização do festival. Por falta de tempo, acabei só tendo condições de ir nos dias 10 e 11 de novembro, para a edição de Natal/RN. 

Logo no primeiro dia, cheguei atrasado por causa da minha (quase tradicional) aula da especialização e acabei perdendo o show do Monster Coyote (RN), banda que fortemente está representando o nosso estado na cena alternativa. Queria muito ter visto as músicas do The Howling (2012) ao vivo, álbum já revisado aqui no Rock'N'Prosa (confiram AQUI). Circulei pelos dois palcos, montados no DoSol e no Armazém Hall, assistindo aos shows do Test (SP) e do Leptospirose (SP), estilo que não sou muito fã, mas respeitei os shows.


Logo após, sobem no palco do DoSol os uruguaios Silverados (Uruguai). Não sabia o que esperar, porque só conheço o estilo das bandas quando elas começam a tocar. Esse é o melhor do Festival DoSol, ele te dá a oportunidade de conhecer bandas que você nunca imaginaria existir, além de trazer também bandas consagradas. O Silverados foi uma delas, logo de início eles passaram o som com The Jack, do AC/DC, o que já abriu a cabeça para a somzeira que vinha. Show inteiro de excelentes músicas, um estilo que fez lembrar bastante o próprio AC/DC, na época de Bon Scott.
Os uruguaios do Silverados (Foto: Rafael Passos).
Acabando essa banda, que foi para mim a surpresa da noite, quase correndo chego no Armazém Hall para o show do Truckfighters (Suécia), que já estava se aquecendo para começar o show. Esse era o show que mais tinha expectativa, porque já tinha escutado o som deles antes. A banda não decepcionou, um trio que não parecia trio. Teve horas até que vi elementos do Rush presentes nas músicas, um instrumental excelente.
Truckfighters, uma das maiores atrações do Festival DoSol 2012.

O Pez (Argentina) subiu no palco do DoSol logo em seguida. Não sei se é porque sou fã, ou se porque são do mesmo país, mas achei o som deles parecido com o do La Renga, inclusive com letras em espanhol. O show não foi um "La Renga", mas não representou o rock argentino de forma ruim.

O último show que vi na noite, porque o sono tinha apertado, foi o Macaco Bong (MT), com seu rock instrumental de primeira qualidade. Foi uma pena eu ter perdido o Camarones Orquestra Guitarrística (RN) e o Talma & Gadelha (RN), eram bandas que mereciam estar nesses relatos, mas fica para a próxima.
Macaco Bong (MT), rock instrumental de primeira linha.
No domingo, o Festival DoSol coincidiu com o Circuito Cultural da Ribeira. O que isso significa? Portas abertas e um formigueiro humano na Rua Chile. Foi legal ver aquela cena, mostra que as pessoas curtem música alternativa, e não só os forrós e sertanejos da vida.

Por causa do jogo do Fluminense, que deu o título brasileiro de 2012, cheguei novamente tarde e claro, trajando o meu manto grená. Foi legal ver que não fui o único, as cores verde, grená e branco estavam bastante presentes lá, e melhor, saudações tricolores eram trocadas a cada cruzada no caminho. Não lembro quantas vezes tive que dizer o placar do jogo para as pessoas que perguntavam.

Após deixar CD's do Godhound nas bancas de mershandising, cheguei a tempo só de ver para mim, a maior surpresa do festival, o The Baudelaires (PA). À medida que me aproximava do DoSol, fui escutando uma melodia suave, com backing vocals, até entrar e me deparar com os paraenses de Belém. Um show excelente, e até procurei a música Time na internet quando cheguei em casa, para escutar novamente. Essa banda para mim traduziu toda a essência do Festival DoSol, em apresentar novos estilos e músicas para o público. Uma edição é completamente diferente da outra. Próximo ano pode ser que essas bandas voltem, mas uma tonelada de novas bandas virão para apresentar seus trabalhos para um público que não teve a oportunidade de escutá-los antes.

Vi ainda o som brutal do Primordium (RN) e o psicodelismo do Cassidy (PE), mas minha saideira foi com o Son of a Witch (RN). Fazia tempo que queria ver um show como o deles, um heavy metal bem tocado, pesado e cativante. A maior surpresa foi também ver que existe uma banda assim no nosso estado. Foi de fato uma excelente despedida do Festival DoSol 2012.
Son of a Witch, levantando a bandeira do metal com força (Foto: Thiago Prado).
É isso, web-leitores, essa foi a cobertura do Rock'N'Prosa no Festival DoSol 2012. Espero não ter me prolongado muito e não esquecido de nada. Até a edição 2013, que onde estiver nesse Brasil, embarcarei para Natal/RN para mais um ano de muita música.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

165 anos do Drácula

Bram Stoker.
Calma, antes que possam me criticar pelo título, eu sei que o Drácula é bem mais velho que isso, e sim, estou imaginando que ele existe ao escrever isso.

Sempre fui fã das histórias de vampiros, das verdadeiras, não desses lixos de Crepúsculo (com respeito a quem lê), mas da verdadeira lenda. Os contos já foram abordados em diversos filmes, dos quais cito Entrevista com o Vampiro (1994) e a série Anjos da Noite (2003-2011).

No dia de hoje, se fosse vivo, ou melhor, se ainda o é, habitando a escuridão, Bram Stoker estaria completando 165 anos de idade. A sua obra mais famosa foi claro, Dracula. O conde Drácula é até hoje o vampiro mais "famoso" do mundo, o que propagou a lenda dos vampiros ao longo das décadas, o que gerou também diversas releituras, inclusive releituras bem-humoradas, como o filme estrelado por Leslie Nielsen, Dracula - Morto, mas feliz (1995).

A lenda dos vampiros data de antes do Drácula,  mas foi o livro de Bram Stoker que trouxe essa lenda a vida. Os estudiosos de história dizem que a personagem do Conde Drácula foi inspirada em um príncipe otomano, que habitou a região da Transylvania no século XV, Vlad III (conhecido também como "O empalador", por causa de suas práticas de tortura).
capa do Horror Show (2002), do Iced Earth.
O rock'n'roll também tratou de imortalizar o Drácula. No seu álbum Horror Show (2002), o Iced Earth, entre todas as homenagens a figuras conhecidas como Frankenstein e o Lobisomen, dedicou uma música ao Drácula  Na verdade foram duas músicas, se pararmos um pouco para interpretar.

A faixa Dracula é executada pelo Iced Earth até hoje e já é considerada um clássico da banda. O seu início lento contrasta com o refrão veloz e pesado, exigindo o máximo da técnica vocal de Matt Barlow. Mas, o álbum ainda possui uma música chamada Dragon's Child. No álbum não há menção ao Conde Drácula nela, mas não precisa ler o livro para saber que Drácula é também conhecido como o "Filho do Dragão", por isso, associar essa música ao conde não é utopia.

Concluindo, fica aqui registrada nossa homenagem a esse grande nome da literatura. A lenda dos vampiros vai continuar, e se eles realmente existem ou não, não importa, o que importa é que os livros vão continuar sendo escritos, os filmes feitos e músicas compostas.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

O momento



Eu não sou fã de Legião Urbana, nunca escutei a tal da Faroeste Caboclo. Mas, também não sou cego para deixar de ver alguns momentos da carreira deles. Para mim, ser fã é comprar o álbum, escutar, colecionar itens, etc. Mas, isso não vem ao caso.

O que queria falar é no momento que a música proporciona. Estou citando o Legião Urbana, porque um desses "momentos" aconteceu na execução de Pais e Filhos no Rock In Rio, no tributo realizado ao Legião. Essa música tem um refrão bem marcante, até quem não é fã da banda o conhece.

A música é um furacão de energias, ela te liberta de tudo aquilo que te prende no mundo. A sensação de ver, sei lá, 40.000 pessoas cantando "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã" é algo que faz o cabelo do braço "arrupiar", como diz o nordestino.

Essa energia é compartilhada por todo mundo presente. Eu falo muito no rock porque é onde eu vivo. Se você sente isso assistindo o Aviões do Forró, não tem problema, a música é coletiva. O momento não depende se uma guitarra ou uma sanfona está soando. O que importa é a sua sensação ao ouvir a música.

É como gosto de dizer: "A vida é uma orquestra, onde você é o maestro".

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Uma mentira cantada muitas vezes...



Por Enaldo Segundo

Cantada. Isso mesmo. Nos últimos dias parei para pensar em algo que não é novidade no "meio musical", principalmente para quem vive a base de música como eu, e, com certeza, como muitos de vocês. "O executor da obra maior que a obra", não sei bem se é isso. A música e os conceitos musicais mudaram bastante e em pouco tempo, e você estão cansados de saber disso. Mas o que eu quero tratar é de como é complicado fazer trabalho autoral e ser reconhecido por isso, especialmente no Brasil. Vivemos em dias que isso é praticamente impossível se esse reconhecimento não vier com alguma "troca de favores" por trás de tudo. Os casos são simples: em referência a música clássica, até hoje, sabemos quem são os grandes compositores e sabemos as operetas e óperas compostas por eles. Bäch, Chopin, Strauss, Vivaldi, entre tantos outros, possuem uma "discografia" reconhecida mundialmente desde jovens até pessoas mais velhas. Algo que acontece ciclicamente durante o tempo que o trabalho deles foi conhecido por esses jovens e velhos. E os torna, até hoje, ainda bem, em grandes referências musicais para grandes artistas que surgem. 

O artista morre, a obra fica. E no caso da música, como grandes poetas gostam de se referir, ela não morre. Mas bem no meio disso tudo surge uma preocupação, algo que já esta difundido na música local e que eu tinha medo que chegasse até a música clássica, visto o grande desinteresse da população brasileira pela música. A falta de conhecimento de uma população sobre a música, muito em razão de quem difunde essas músicas para a população. O brasileiro trata a música mais como reality show musical do que como ciência ou sentimento. A música aqui, em 90% dos casos, é uma disputa entre quem canta mais e quem canta menos e quem é mais bonito ou mais feio. Falo isso e muitos irão questionar essa minha afirmação, mas sendo um país de dimensões continentais, como somos, temos pouquíssimas escolas de música. Não há, na educação de base, nada em referência a música. Uma disciplina, uma atividade, um grupo, um coral, nada. Se existe, são poucas e podemos contar nos dedos. O que ainda temos são abnegados que se dispõem a ensinar crianças/jovens/adultos que não tiveram oportunidade a conhecer algum instrumento e, por sorte, que ele consiga ter um bom proveito dessa oportunidade.

O medo é, tanto com o futuro musical desse país, quanto em relação a obra. Em uma propaganda do Hospital Varela Santiago, veiculada nas redes de TV's aqui do RN, a música de fundo executada é uma obra de Fryderyk Chopin: Nocturne No.2 - Op.9 No.2 - em Eb. Um certo dia resolvi ir até o Twitter e na caixa de pesquisa coloquei: Varela Santiago. O que apareceu foram algumas menções ao comercial e a música do comercial, uma em especial a música que segundo o usuário era do Muse. Não tenho nada contra o Muse, inclusive é uma das bandas que escuto frequentemente. Mas a menção me chamou a atenção. Não estou recriminando quem fez a menção. Ele não tem a obrigação de saber de quem era aquela "música". Ele referiu-se justamente porquê no álbum "The Resistence", faixa 5 "United States of Eurasia + Collateral Damage", no final da música, a banda presta uma homenangem a essa obra de Chopin. É bonito a homenagem, e perigosa. Quantas pessoas acreditam que a música é realmente do Muse? É algo que temos difundido na música local, como falei anteriormente. 

Desde o início da difusão musical nesse país, através das rádios e depois da TV, temos o costume de ouvir músicas e mais músicas interpretadas por CENTENAS de artistas. Mas, curiosamente, o intérprete é sempre mais aclamado do que a obra. Não tenho nada contra os intérpretes, desde que eles identifiquem qual a obra e quem é o autor dela. O fato de interpretar e não mencionar o seu autor e a obra vai aos poucos "matando" quem construiu tudo aquilo em que o intérprete agora se apoia. Ao mesmo tempo, a interpretação em demasia acaba afetando um pouco da criatividade de novos artistas. E para que uma nova gama de bons artistas possa surgir é preciso que essas obras renomadas sirvam como base de renovação para as que serão criadas.

Bäch, Chopin, Strauss, Vivaldi e etc. são executados até hoje e distingue-se logo que a obra ao ser executada é de algum deles. Se um pianista apresenta-se em um local e começa a tocar Chopin, quem conhece vai identificar: essa obra é de Chopin. E com as demais músicas, isso acontece? O Rock sofre na região nordeste com as adptações de letras em suas música originais. E o ouvinte acaba relacionando a música a quem está executando, "matando" assim a verdadeira obra. O próprio artista brasileiro utiliza-se de composições como "Que faço eu da vida sem você", música escrita por Fernando Mendes e interpretada por ele mesmo, mas que ganhou "visibilidade" e até mesmo a "autoria" com Caetano Veloso. Para muitos a música é de Caetano, e eu tenho a opinião de que o próprio Caetano fez muito para que isso fosse difundido, lamentavelmente. Se eu for citar mais exemplos esse texto terá mais 200 ou 300 linhas. Mas a idéia já foi passada. Era sobre o que eu queria escrever. A valorização exacerbada de artistas, o endeusamento, os "reis" e "rainhas" que teimamos em rotular, todas essas coisas mesquinhas acabam matando a obra e o seu autor. E o ouvinte acaba absorvendo apenas o que ouve e o que vê. Mas a música é muito mais do que você ouve ou vêr.

Aprendemos com o tempo que é desnecessário "letrar" uma música. Que mesmo sem letra nenhuma você pode expôr tudo que está sentindo. Eu aprendi isso com David Gilmour. Tantos outros aprenderam com Hendrix, Eric Clapton. Artistas que são referências, que criaram novas obras com a idéia vinda de outros artistas anteriores. É essa renovação que faz do Rock o ritmo que é. É essa falta de renovação e de idéias que faz dos "ritmos" brasileiros o "repeteco" que é. Viveremos eternamente de intérpretes e deixaremos os bons músicos e as boas obras morrerem? Não gostaria disso.

Para finalizar, talvez Chopin, por exemplo, seja reconhecido até hoje com um grande pianista exatamente pela sua estupenda qualidade e sua genialidade. A obra de Chopin é tocada e logo alguém identifica. Independente de quem esteja interpretando. Esta aí, a diferença entre o 'bla bla bla' produzido aqui e a grande obra musical. Talvez a complexidade da obra seja um degrau inalcançável para quem quer ganhar a fama com a obra de Chopin (ou Bethoven, ou Strauss). Talvez só consiga intepretar quem tem prazer ao invés de objetivos financeiros. Talvez seja por isso que nenhum Chimbinha, nenhum Thiaguinho, nenhuma Restart, nenhuma Claudia Leite, nenhuma Ivete Sangalo, consigam interpretar uma obra dos grandes músicos clássicos que citei. Mas é tanto talvez... Que a música seja feita de mais grandes obras e grandes autores e menos por intérpretes e seus trabalhos feitos pela metade. Que o intérprete seja parte da obra e não o expoente.

E sobre a música e suas letras: vai vêr é como dizem por aí mesmo: "Falar? Desnecessário, antiquado. Uma colisão da evolução. Como seu dedo mindinho."

Enaldo Segundo é Estudante de Eng. Florestal e "finge" gostar de música.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A prisão musical



Faz já certo tempo que tenho minha opinião sobre as gravadoras, mas, de forma nenhuma quero denegrir a imagem delas, tem espaço para todos no mundo da música.

Desde os Beatles, na época da extinta Atlantic Records, a música virou um negócio muito lucrativo para quem quer ganhar dinheiro à custa da criatividade dos outros. As gravadoras disputavam "na porrada" artistas emergentes, de forma que pudessem vender a maior quantidade de discos possível.

O que aconteceu foi que o negócio cresceu até o ponto de dominar por completo o mercado musical. Hoje, não existe artista/banda sem gravadora. Aí é que está o furo do negócio. Por ser alvo de contrato, o artista deve respeitar tudo o que a gravadora quer, inclusive mudar o estilo de suas músicas, lançar álbuns no período desejado pela gravadora, etc.

Não sei se por ser fã de artistas independentes tenho essa visão, mas, como disse, tem espaço para todo mundo. Conheço muita gente que gosta desse mundo, de ficar indo para os "Faustão" e "Gugú" da vida, eu respeito, a eles é que as gravadoras devem atacar e investir. Mas, vamos falar em coisas boas.
álbum Sei (2012), do Nando Reis. Lançado com recursos próprios.
Tenho observado cada vez mais artistas consagrados se tornarem independentes. O Roupa Nova e o Metallica lançaram um selo próprio, para justamente fugir das gravadoras e trabalharem da forma que quiserem. O Zeca Baleiro já tinha feito isso, e agora o Nando Reis também o fez. Lançando o seu novo álbum Sei (2012) com recursos próprios.

O bom disso é que o trabalho artístico é mais valorizado. O dinheiro das vendas dos discos não vai para o bolso de um grupo de magnatas e sim para o músico, que é quem realmente compõe as músicas e merece todo o crédito por isso.
Steve Wilson e o Porcupine Tree.
Uma banda que sou muito fã e que sempre foi independente é o Porcupine Tree, projeto do Steve Wilson. A história dele é simples, Steve é um produtor musical consagrado e montou o Porcupine Tree como hobbie. Hoje a banda é um dos maiores nomes do rock progressivo mundial (considerada como a quarta melhor banda ao vivo do rock, perdendo apenas para Iron Maiden, Metallica e Rush), e continua lançando álbuns sem restrições, porque não tem um empresário limitando a quantidade e estilo das músicas dos álbuns.

Assim que deve ser a vida musical. A cabeça deve ser livre para pensar. Para quem gosta da prisão, continuem alimentando esse mercado, porque tem público para isso, e os empresários também precisam de um ganho. Mas, se quiser fugir, você vai experimentar muita coisa boa.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Voando no 14 Bis





Desde pequeno sofri grande influência musical do meu pai. Não entendia nada das músicas, mas sempre gostava da sonorização e acabei seguindo esse caminho musical. No meio do caminho apareceu um imprevisto chamado Iron Maiden, e acabei adicionando o rock pesado a meu escopo musical. Mas, nunca deixei de escutar Zé Ramalho e os BeeGees.

Na minha infância, tive a oportunidade de voar no 14 Bis e continuo embarcando nele até os dias de hoje. O meu contato com eles foi através de uma coletânea que existia antigamente, chamada "Meus Momentos". Várias bandas fizeram parte dela, inclusive o 14 Bis.
14 Bis.
O 14 Bis é uma banda de rock nacional mineira formada nos anos 80 por Flávio Venturini, Cláudio Venturini, Hely Rodrigues, Sérgio Magrão e Vermelho. A sonorização da banda possui influências de Pink Floyd e Deep Purple (no instrumental progressivo, utilizando teclados e sintetizadores), The Beatles (nos inúmeros vocais presentes, fazendo lembrar o Roupa Nova) e Led Zeppelin (na guitarra distorcida).
capa do "Meus Momentos", com 14 Bis.
A diversidade musical do 14 Bis é muito grande, na coletânea temos baladas como Uma Velha Canção Rock'n'Roll, Todo Azul do Mar e Espanhola; e também músicas mais rock'n'roll como Linda Juventude, Nova Manhã e Planeta Sonho.

A relação com Milton Nascimento e Beto Guedes, do famoso Clube da Esquina, está eternizada em Canção da América. Uma das músicas com letra mais forte que escutei.

No voo do 14 Bis ainda aparece Natural, uma típica música para ser tocada em qualquer "roda de violão", dado o seu instrumental fácil e cativante. Desembarcando, ainda nos deparamos com as bem-humoradas Bola de Meia, Bola de Gude e Mesmo de Brincadeira, com seus instrumentais quase "caipiras".
Cláudio Venturini e Hely Rodrigues na gravação do DVD do 14 Bis, em 2007.
O 14 Bis continua em ativa hoje em dia, só que sem Flávio Venturini. É uma clássica banda de rock do Brasil, precursora do estilo no país, junto com a Jovem Guarda, e que ainda continua a influenciar muitas novas bandas que surgem. A boa música tem continuidade.

Enfim, todos estão mais do que convidados para embarcar no 14 Bis, e o máximo que posso desejar é uma "Boa Viagem". 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Limitações Anatômicas



Quase todo mundo sabe que o rock'n'roll em geral é o estilo musical que mais exige habilidade do músico, tanto na parte instrumental quanto nos vocais. E é sobre esse segundo que vamos falar sobre as limitações anatômicas.

A quantidade de agudos, "drives" e guturais presentes nas músicas, que forçam ao máximo o limite vocal do vocalista é enorme no rock. Um fato que observo é que são poucos os vocalistas que conseguem trabalhar isso de forma e chegar ao fim da carreira ainda com a mesma força do começo.

O "vocal" é produzido pelo ar que passa pelas cordas vocais (atenção médicos, me corrijam se estiver errado, por favor). A abertura e fechamento da membrana das cordas vocais provocam os diferentes tipos de frequência que temos na música: agudo e grave. Mas, somente isso não é suficiente, para o vocal sair adequado aos nossos ouvidos, o som passa por um processo de ressonância no palato mole, parte superior interna da nossa boca também. Isso tudo junto com técnicas de respiração, formam a melodia que tanto gostamos de ouvir.
Bruce Dickinson, vocal do Iron Maiden.
Enfim, voltando ao rock'n'roll, a não aplicação correta das técnicas vocais provoca danos às cordas vocais, e o desgaste provocado pelos anos de "forçada de barra" fazem com que os vocalistas cheguem ao fim de suas carreiras sem a mesma força do começo. O único que vi melhorar ao invés de piorar ao longo dos anos foi o Bruce Dickinson do Iron Maiden, que é uma exceção a toda regra.

Tive toda essa sensação assistindo ao recém-lançado DVD do Stratovarius, Under Flaming Winter Skies (2012). Uma das minhas músicas favoritas é Paradise, música que passei muitos anos escutando no clássico ao vivo Visions of Europe (1998). Pois bem, no novo DVD, o vocalista Timo Kotipelto mostra muita dificuldade em executar essa e outras músicas, devido ao desgaste vocal e à dificuldade natural da música do Stratovarius. 



O próprio Europe teve que baixar o tom da afinação dos seus instrumentos para o Joey Tempest cantar as músicas, e músicas como Tomorrow não são mais executadas por causa disso. O Angra recentemente teve que trocar de vocalista, porque Edu Falaschi não conseguia mais cantar nem Carry On, maior clássico da banda. Motivo também que levou o clássico Roy Khan a deixar o Kamelot.
Roy Khan, ex-vocal do Kamelot.
Essas limitações são ruins, mas só existem duas alternativas: ou a banda deixa de tocar suas músicas clássicas ou troca o vocalista. O que estou observando ultimamente é que as bandas estão optando pela segunda opção. O Angra ainda vai anunciar seu novo vocalista, mas o novo do Kamelot já está em plena atividade, trazendo a banda de volta ao que era antes, na época de ouro de Roy Khan.

Mas, com limitações anatômicas ou não, alguns ainda resistem e resistiram bravamente. Até antes de morrer, Ronnie James Dio cantou com maestria suas músicas e os clássicos do Black Sabbath. Assim como ainda o faz Bruce Dickinson no Iron Maiden, e com certo desconto, Ian Gillan no Deep Purple.



O recado que deixo para nossos vocalistas é que não forcem a voz, cantem aquilo que está no seu alcance e cheguem bem ao fim de carreira. Porque música boa é bom sempre, e ninguém gosta de ver suas bandas favoritas acabando pelas limitações anatômicas. Queremos mais Iron Maidens e Judas Priests no nosso rock'n'roll.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O valor a ser pago



Entre um trabalho e outro eu sempre tiro um tempo para acessar blogs especializados no rock'n'roll. Não é para copiar modelos, pegar ideias, mas sim para ler sobre esse estilo musical que tanto faz parte do meu dia-a-dia.

O que observo logo de cara é que a desunião que circunda todo o mundo também está presente no rock. Blogueiros trocando acusações, induzindo leitores a discordarem da opinião do outro, a não acessar nada feito pelo outro blogueiro. Enfim, uma verdadeira salada de negativismo.

A falta de companheirismo entre essa classe, por assim dizer, é tremenda. Eu mesmo, quando começando o Rock'N'Prosa, pedi ajuda aos já tradicionais blogueiros, e por incrível que pareça, o único que atendeu ao pedido foi o dono de um dos maiores sites sobre música no Brasil, o "Tenho Mais Discos que Amigos". Site que acesso até hoje não só pelo conteúdo, mas pelo simples gesto do editor parar tudo que estava fazendo, olhado o Rock'N'Prosa, e respondido meu contato com algumas dicas para o blog.

Antes de mais nada, o Rock'N'Prosa é um blog independente e me orgulho disso. Não pretendo de forma alguma gerar lucro com minhas postagens, nem vender o blog para gravadoras e ficar elogiando somente os álbuns lançado por elas, como vejo frequentemente em blogs antes "independentes". Este é o valor pago por eles. Blogs excelentes acabaram perdendo por completo a sua identidade.

Não preciso de 1.000.000 de acessos diários, o que me faz continuar escrevendo é abrir o blog um certo dia e ver um comentário, de uma pessoa que nunca ouvi falar na vida, comentando sobre o texto publicado. É o sinal que eu preciso. Por menor que seja o tamanho do blog, ele ainda é lido. Pessoas concordam com o que escrevo, pessoas discordam, mas todas respeitam, e assim deve ser a vida. Todo mundo é livre para pensar, para ter sua opinião, e o principal, ninguém deve ser julgado por ter opinião diferente.

O pior de tudo que acho é que, os blogueiros mais acessados se julgam os donos da verdade, e acabam por se acharem superiores a todos. O exemplo que mais presencio é na revisão de álbuns, como gosto de fazer no blog, mas sem atribuir notas e ficar manipulando cabeças. Se uma certa revista inglesa atribui uma certa nota a um álbum, e a nota brasileira é superior, o revisor brasileiro do álbum é automaticamente taxado como ruim. Pelo menos essa é a filosofia de muitos.

Isso aqui é quase um desabafo misturado com agradecimento e, principalmente, orgulho. O Rock'N'Prosa vai continuar sua jornada tratando o rock'n'roll de forma literal, contando suas estórias, relacionando-as com a música. Para concluir, queria agradecer mais uma vez a cada web-leitor, conhecido ou não, que lê os textos publicado e opinam. O objetivo do blog é justamente esse, fazer você se divertir lendo o tanto quanto me divirto escrevendo.

Já publiquei muito nesses 2 anos, mas como diz o Scorpions: "O melhor ainda está por vir".

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

De volta ao Rock In Rio



Ontem todos foram agraciados com o anúncio do senhor Roberto Medina de que o Iron Maiden estará mais uma vez no Rock In Rio. O que me motivou a escrever isso é que não será um simples show do Iron Maiden, será um show do Iron Maiden no Rock In Rio!!

No ano de 1985 eles estavam a pleno vapor na sua turnê World Slavery, quando pegaram um avião e à convite do próprio Roberto desembarcaram no Brasil para o primeiro Rock In Rio. Eu confesso que só assisti esse show em 2008, quando eles o incluíram como bônus no DVD do clássico Live After Death, originalmente gravado em 1985 em VHS.

Outra apresentação no Rock In Rio aconteceu em 2001, no então Rock In Rio III, marcando a volta de Bruce Dickinson e Adrian Smith para o Iron Maiden, na turnê do excelente Brave New World (2000). Esse show ficou eternizado no álbum ao vivo Rock In Rio (2002), e é importante para mim porque foi o primeiro item da minha coleção e primeiro álbum do Iron Maiden que eu escutei.
capa do Rock In Rio (2002), o melhor álbum ao vivo do Iron Maiden, e um dos melhores shows que eles já fizeram na carreira.

O show no Rock In Rio I foi a inserção do Iron Maiden no Brasil. A partir desta data, a banda nunca faltou com o público brasileiro, voltando constantemente ao país. E agora depois do Eddie Force One (Boeing 757 personalizado da banda), essas vindas puderam ter um intervalo menor de tempo, como aconteceu em 2008/2009 com a turnê Somewhere Back in Time e em 2011 com a turnê Final Frontier.

Em 2013 o Rock In Rio receberá a turnê Maiden England, uma recriação da clássica turnê de 1988 do Iron Maiden. Se em 2011 tivemos naves espaciais no palco, em 2013 podemos esperar enormes blocos de gelo no palco e uma chuva de clássicos dos anos 80. 

Ver o Iron Maiden no Rock In Rio é reviver o começo, é voltar as origens, é assistir sua banda favorita onde tudo começou, onde o seu "primeiro álbum" foi gravado.

É isso, web-leitores, gostaria só de compartilhar essa enorme satisfação com vocês, e espero que nos encontremos no dia 22/09 na Cidade do Rock.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Dia do Juízo Final




Só hoje consegui tirar um tempo para escutar o mais novo álbum dos cearenses do Darkside, Prayers in Doomsday (2012). É claro que isso merece uma postagem, pois o Darkside foi a primeira banda de rock que vi ao vivo. Na época, IIº Rebirth Festival, na cidade de Mossoró/RN, eles estavam lançando o álbum Eclipsed Soul (2003), um excelente álbum, por sinal.

Enfim, começando o dia do juízo final com Bubonic não há o que temer, é o sinal de que muito peso vem por aí. A faixa que abre o álbum me faz lembrar as músicas mais antigas do Darkside, como Spiral Zone e Mindstorm. O álbum continua com Sacrificed Parasites, e daí temos a ideia da proposta da banda com o álbum, a sua crítica social.

O início dissonante de Anticitizen One dá sequência ao álbum, seguida da faixa-título Prayers in Doomsday. Uma característica que observei no álbum até esse ponto é que ele está indo direto ao ponto, ou seja, não temos riffs "enchimento de linguiça" como muitas bandas gostam de fazer para deixar suas músicas com 7 minutos de duração. O álbum está pesado, rápido e bom de escutar, porque as músicas não ficaram cansativas.

Darkside: Alexandre Eyras (vocal), Tales "Groo" Ribeiro (guitarra), Helder Jackson (guitarra), Renato Alves (baixo) e Richardson Lucena (bateria).

Deixando o desabafo de lado, Born for War marca a continuidade do Dia do Juízo Final. O que gostei nessa música foram as mudanças na melodia, o início é rápido e o refrão é mais "quebrado", diminuindo um pouco o ritmo. Até então, a impressão que tive era que o Darkside tinha mudado um pouco seu estilo musical, adotando mais peso em suas músicas. Mas, quando chegamos em Cursed by the Dawn, vi que o velho Darkside do Eclipsed Soul (2003) esteve sempre ali. Essa música adotou menos coros e utilizou mais agudos, por um instante pensei até que ela foi gravada com o Monge nos vocais.

Relembrando o estilo Running Wild, Crossfire dá sequência ao Prayers in Doomsday (2012), mostrando o lado veloz do Darkside. Um fato que merece destaque é a sequência lógica do álbum, o início é mais pesado e vai aos poucos transitando para o lado veloz ao longo das músicas. Talvez mostrando o destino de todos no Dia do Juízo Final.

O Darkside decidiu encerrar essa obra ao som do sino do Apocalypse. The Apocalypse Bell contrasta peso e velocidade, em riffs sensacionais. Eu gostei muito da diversidade de melodias presente nessa música, mostrando toda a criatividade por trás do Darkside. Não tinha música melhor para encerrar esse álbum, ela é a típica música que te faz ficar ansioso pelo próximo álbum deles.

Concluindo, o Prayers in Doomsday (2012) é um bom álbum e uma volta triunfante do Darkside. O pedido que fica deste blogger e fã é que a banda continue compondo e lançando novos álbuns em um intervalo menor de tempo.

Para quem quiser conferir o som, os álbuns do Darkside estão disponíveis no site Metal Ceará (acesse AQUI), com entrega para todo o Brasil.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A imagem do ano



Estava navegando pela internet quando me deparo com essa imagem. Ela tinha tudo para ser apenas uma imagem qualquer e passar despercebida aos olhos, mas não, eu vi algo nela e decidi guardá-la no arquivo do blog.

Estou agora olhando para ela e visualizando mil explicações possíveis, que fogem do âmbito musical.

Todo instrumento musical exige muito cuidado na execução, muita sutileza, por assim dizer. De todos os que conheço, o violino é o mais delicado. Qualquer exagero, qualquer deslize, e o som sai completamente distorcido. Isso é o que torna essa imagem especial.

Uma importante lição está presente nela. "Sempre pratique o bem".

Quer um contraste maior do que o maior símbolo da suavidade com o maior símbolo da opressão? O que acontece é que mesmo assim, sem se importar com o ambiente, nosso instrumentista está compondo sua ópera. Tentando produzir melodias harmoniosas a partir da sua cerca no meio da solidão do deserto.

Eu não vou me estender, os pensamentos estão a mil aqui agora, queria deixar você, web-leitor, também com os seus. 

Viva e aprenda a cada dia.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tudo junto e misturado


Meus caros web-leitores, a semana foi de correria e acabei perdendo os prazos. Acabei deixando passar duas homenagens nesse tempo e decidi então fazer tudo junto e misturado para vocês.

Infelizmente, as homenagens são para relembrar datas de óbito, que é sempre uma ocasião muito ruim. Mas, a história da música prevalece e as lembranças são o que realmente contam.

Na semana passada (18/09), completaram-se 42 anos desde que um dos maiores guitarristas de todas as eras passou por esse mundo. Jimi Hendrix não foi só um ícone, mas um revolucionário, mudou a forma como a guitarra era encarada, incluindo efeitos em suas composições. Esses efeitos posteriormente deram origem aos pedais de efeitos que encontramos hoje em lojas.

Para os guitarristas hoje é muito simples chegar e apertar um botão, na época Jimi tinha que ajustar válvula de amplificador, saturar as saídas, etc. Tudo para chegar no som desejado. A sua carreira foi curta, apenas 7 anos. Mas, mesmo assim, os álbuns do The Jimi Hendrix Experience estão entre meus favoritos.
Jimi Hendrix, um verdadeiro gênio da guitarra.
O que não dizer da psicodelia do Axis: Bold as Love (1967), e da genialidade do Are you Experienced (1967). Dois álbuns que marcaram época e tiveram sua contribuição na história do rock'n'roll.

Outro grande ícone da música, que teve sua carreira interrompida foi o baixista original do Metallica. Ontem foram completados 26 anos desde que um acidente no ônibus de turnê da banda levou Cliff Burton deste mundo. As vezes imagino que ele poderia estar fazendo uma jam com Jimi Hendrix neste exato momento.
O inesquecível Cliff Burton, fazendo show com o Metallica.
Toda a técnica de Cliff era traduzida nas músicas do Metallica, apenas quem nunca escutou For Whom the Bell Tolls poderá negar isso. Até hoje considero ela como a melhor música de toda a carreira do Metallica.

Depois de sua morte, Jason Newstead assumiu o baixo do Metallica e participou de álbuns como o ...And Justice for All (1988) e Metallica (1990), mas nenhum deles nunca superou e vai superar o Ride the Lightning (1985).

Como não poderia deixar passar isso em branco, fica aqui nossa lembrança a essas duas figuras da música. E para terminar com música, fiquem com For Whom the Bell Tolls, executada ainda por Cliff Burton:

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

75 anos de O Hobbit


Hoje não é um dia qualquer. É dia de celebrar os 75 anos da obra que apresentou os Hobbits ao mundo, da obra que fez com que quase todo mundo imaginasse morar um dia no Condado, no coração da Terra-Média, da obra que nos apresentou o segundo café-da-manhã.

Enfim, hoje estão se completando 75 anos desde que J. R. R. Tolkien apresentou O Hobbit para o mundo.

Não estou exagerando ao dizer que Tolkien foi um dos maiores gênios que passaram por esse mundo. Ele como professor de literatura em Oxford criou um universo gigantesco e o chamou de Terra-Média. Acompanhado disso foram criadas raças, idiomas, histórias e uma trama que desencadeou, desde O Silmarillion, passando por O Hobbit, até chegar em O Senhor dos Anéis.

O Hobbit não é uma mera introdução para O Senhor dos Anéis, é uma obra que conta as aventuras de Bilbo Bolseiro e como ele encontrou o Um Anel. Acima de tudo, O Hobbit é uma verdadeira enciclopédia sobre a vida dos Hobbits, mostrando seus hábitos e cultura. Nenhuma outra raça da Terra-Média ganhou tanto destaque nos textos de Tolkien como eles.
capa de O Hobbit, por J. R. R. Tolkien.
E se você se pergunta se isso já foi tema para o rock'n'roll, pode está certo que a resposta é "sim". Já mencionei em outra postagem que o Blind Guardian dedicou muitas de suas músicas à Terra-Média (confiram AQUI), e O Hobbit ganhou a sua própria música também.

Presente no Somewhere Far Beyond (1996), The Bard's Song: The Hobbit homenageia essa obra com maestria, mencionando o Anel, a Montanha Solitária, os Trolls que capturaram Bilbo e o Dragão.

Então, para celebrar esse dia festivo, escutem The Hobbit e relembrem a obra de Tolkien: