quarta-feira, 30 de maio de 2012

A pirataria está a solta


Para quem quiser acompanhar o navio do Rock'N'Prosa rumo à Tortuga em busca dos mais valiosos tesouros do rock'n'roll, é só subir a bordo. Isso é uma mera brincadeira, web-leitores, vocês devem ter percebido que sou grande fã da era dos Piratas.

A pirataria era uma forma (ainda é) de crime da idade antiga e é datada desde a época do Império Romano, com os crimes no Mar Mediterrâneo principalmente. A fase de ouro da pirataria, por assim dizer, vem da época da descoberta do "Novo Mundo". Quando os holandedeses, ingleses, espanhois, portugueses e franceses vieram explorar as terras da América, além de trazerem riquezas para cá, despertaram o interesse de pessoas que queriam viver às custas dessas riquezas, os piratas.

Os piratas viviam de saques e comércio ao longo dos mares do Pacífico (fazendo alusão à era de ouro), contrabandeando especiarias e saqueando os navios do governo que traziam suprimentos para as colônias. Pensando por um lado, é algo como foi o cangaço aqui no Nordeste.

São muitos os piratas famosos: Barba Negra, Barbarossa, Henry Morgan, Black Bart, só para citar alguns. Todos eles conhecidos por seus atos no mar e transformados em lendas pela literatura, desde 1690 até os dias de hoje. Uma boa literatura para quem quer conhecer mais sobre a vida dos piratas é o livro Pirates & Privateers, de Charlotte Montague. O livro traz a vida dos piratas mais notáveis, e ainda dos corsários, que na verdade eram piratas com a proteção da respectiva coroa.
livro Pirates & Privateers, por Charlotte Montague.
Uma curiosidade é que, apesar de ser conhecido como o capitão mais sangrento e cruel, estudos dizem que Barba Negra nunca matou ninguém com suas mãos, e nem nunca disparou sua arma. Outro fato que merece destaque é a bandeira pirata, conhecida como Jolly Roger. Cada navio possuía a sua própria bandeira, sendo que a mais famosa de todas, e conhecida até hoje, é a do navio do capitão Edward England.
Jolly Roger.
Trazendo toda a história para o lado do rock'n'roll, algumas bandas decidiram construir seu próprio navio e sair navegando em mares, uns mais pesados do que os outros, mas com uma coisa em comum, a paixão pela vida dos piratas.

Quem começou com tudo isso foi o Running Wild, banda alemã formada no início dos anos 1980. Desde o primeiro álbum eles trouxeram a temática dos piratas para suas composições, com destaque para o álbum Under Jolly Roger (1987). A banda encerrou suas atividades de pirata em 2009 com o show The Final Jolly Roger (2010), que foi registrado em DVD:



Outra banda que construiu o seu navio foi o Alestorm, da Escócia. A banda iniciou suas atividades em 2008 com o lançamento do Captain Morgan's Revenge (2008), seguido do Black Sails at Midnight (2009) e do recente Back Through Time (2011).
Alestorm: Christopher Bowes, Gareth Murdock, Peter Alcorn e Dani Evans.
Ao contrário do Running Wild, que tem uma sonorização mais puxada para o heavy metal, o Alestorm adicionou alguns elementos de música pirata, como a sanfona e violino, o que deixa suas composições com uma verdadeira cara "pirata".


Enquanto um navio encerra suas atividades, outro surge, e assim a história dos piratas vai sendo contada em forma de música.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Somos todos Poetas: O Revolucionário Virtual


A coluna "Somos todos Poetas" está de volta, continuando a série com as letras do projeto Folie a Deux. Lembrando que o EP ainda não tem previsão de início de gravações, mas que algum dia ele irá sair, e o Rock'N'Prosa irá anunciar com o maior orgulho. Por enquanto, fiquem com os poemas que serão base para as composições.



O Revolucionário Virtual

Para quê pneus queimados? 
Se posso mudar o mundo do meu quarto
Para quê sair em passeata?
Se toda aquela revolução não deu em nada

Eu vou apertar um botão
E mudar minha nação
É isso que acredito valer
E com essa ilusão vou viver

Para quê fazer grandes discursos?
Se com uma simples imagem ganho o mundo
Para quê lutar pelos meus direitos?
Se sentado posso curtir o mundo inteiro

Eu vou fazer a revolução
E mudar minha nação
Não preciso nem sair de casa
Na verdade não preciso fazer nada

Se a violência não entra em greve
Eu mostro minha indignação na rede
Mesmo que o bandido não se entregue
Ela vai matar a minha sede

Para quê fazer um abaixo-assinado?
Se todo mundo pode compartilhar os fatos
Para quê ir ao Congresso Nacional?
Se posso apenas trocar de canal

Eu vou apertar um botão
E fazer a revolução
É com isso que vou fazer história
E ficar com toda a glória

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Máquina do Tempo



São poucas as bandas que podem se dar ao luxo de embarcar em uma Máquina do Tempo. O Iron Maiden fez isso a alguns anos atrás, com sua magnífica Somewhere Back in Time tour, relembrando antigos clássicos dos anos 80, que não era executados há muito tempo. Mais recentemente o Rush criou sua própria Máquina do Tempo e embarcou, levando os fãs pelo mundo do Moving Pictures (1981) e outros clássicos da banda.

Mas, do que consiste isso na verdade?

Muita gente não é fã das turnês "Máquina do Tempo", ou "Retrô", como queiram chamar. Eu vejo isso tudo como uma oportunidade, uma chance de rever clássicos, uma nova chance de reviver uma época.
Iron Maiden e sua volta aos anos 80 com a Somewhere Back in Time tour.

É legal para as bandas lançarem novos álbuns? É sim, absolutamente. Mas, a sensação de embarcar numa Máquina do Tempo é indescritível. Pude vivenciar isso com o Iron Maiden em 2008 e 2009, onde a banda executou grandes clássicos, músicas que não eram executadas a mais de 10 anos, músicas que nunca tinha pensado em ver ao vivo algum dia. Essa é a magia dos clássicos, a magia da Máquina do Tempo.

Voltando mais no tempo ainda, temos Paul McCartney, executando músicas dos primeiros álbuns dos Beatles (datados do início dos anos 60) e o Lynyrd Skynyrd, com seu rock sulista dos anos 70, que não envelheceu com o tempo.

Mas, tudo isso é apenas para falar da Máquina do Tempo mais recente que presenciei, virtualmente, infelizmente. O Time Machine (2011), do Rush.
Rush e sua turnê Time Machine, em 2010, culminando no lançamento do DVD com mesmo nome.

A primeira sensação que temos é que realmente estamos embarcando na História do Rush, com a brilhante abertura no telão culminando em Spirit of Radio. É impressionante como eles conseguem puxar a sua atenção para o espetáculo, casando telão e palco perfeitamente. Clássicos não faltam em um show do Rush, mas o diferencial dessa Máquina do Tempo é a execução na íntegra do Moving Pictures (1981), trintas anos após o seu lançamento.

Não adianta eu ficar falando de todas as músicas desse show, porque isso não é uma revisão, e sim uma impressão sobre o efeito desse dispositivo que nos faz voltar no tempo.

Isso é a prova que temos para ratificar a imortalidade da música, mesmo após trinta anos, um álbum ainda é capaz de agradar uma grande parte do público. E isso acontece com todos os estilos de música. Músicas são relembradas, vividas e cantadas como se tivessem sido lançadas a pouco tempo.

A Máquina do Tempo sempre voltará enquanto a música respirar, trazendo músicas e melodias que nós nunca cansaremos de ouvir e apreciar.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Rio Grande do Rock



Estava passeando pelas pastas do meu computador, e acabei por encontrar esse texto. Tinha escrito ele há um certo tempo e não sei por qual motivo, não publiquei ele. Mas, antes tarde do que nunca, essa é minha homenagem a esse estado inundado de rock'n'roll.

Confesso que quando comecei a trilhar o caminho do rock'n'roll, só dava importância para as grandes bandas, clássicas. Não sei o que aconteceu, mas hoje meu olhar está voltado para as bandas locais, com trabalho autoral, realmente não sei o que aconteceu. Uma prova disso é que um dos motivos de eu querer ir para o Metal Open Air (antes de todo o fiasco) era para ver o Hangar dentre as bandas, ao invés de ir ver o Megadeth. É até estranho ouvir isso, vocês podem pensar que é mentira, mas é verdade mesmo.

Antes de começarem as críticas, quero logo dizer que não sou nenhuma autoridade no assunto, não sou empresário, não sou organizador de shows nem nada. Vou só falar aquilo que está dentro do meu pequeno escopo.

O nosso estado possui uma cena bem definida no rock'n'roll, a rede que só envolvia Natal/RN agora envolve as cidades de Mossoró/RN, Assu/RN, Felipe Guerra/RN e Caicó/RN, só para citar algumas cidades.

Tive a oportunidade de acompanhar o trabalho de algumas bandas ultimamente, bandas que eu vi começarem e hoje estão de vento em popa. Foi assim com o Seyfer, do Thiago Seyfer e Ciro Jales, com o Evilrazor, do Ycaro Fernandes e Wendell Oliveira e o Amenkharis, do Jefson Freire. E diga-se de passagem, o primeiro show de rock que fui na vida foi aberto pelo Amenkharis e teve ainda o Darkside, de Fortaleza/CE, banda que sempre faço questão de prestigiar quando aportam pelo RN.
Evilrazor.
Outra banda que esteve presente em um dos primeiros shows que fui foi o The Red Boots, por volta de 2003, se não me engano, pois bem, os caras ainda estão na ativa, e estão trazendo um rock'n'roll de raiz no seu álbum Aracnophilia (2011). O Seyfer lançou o EP Warriors of the King (2010), trazendo o heavy metal na sua forma mais pura. O Evilrazor caminhou pelo lado mais pesado e isso tudo foi registrado brilhantemente no Be prepared...For the real holocaust (2009). E detalhe, recentemente fui informado que o Evilrazor estará na Roadie Crew desse mês, maior revista destinada ao rock'n'roll do Brasil.
capa do Be Prepared...For the Real Holocaust (2009), do Evilrazor.

capa do Warriors of the King (2010), do Seyfer.

O que queria falar com tudo isso é que todas essas bandas, apesar de não serem "clássicas", merecem o nosso respeito, porque sempre um trabalho excelente está por trás delas. Tenho certeza de que se alguma música das bandas ditas "pequenas" fossem assinadas por Ozzy Osbourne ou Steve Harris, por exemplo, elas poderiam se tornar grandes clássicos da música. Sei que é meio exagerado dizer isso, mas as vezes é o que ocorre.
capa do Godhound (2012).
Caminhando em meio a tudo isso está o Godhound, com o seu EP Godhound (2012), trazendo uma mistura do rock'n'roll clássico com o contemporâneo. O próprio Comando Etílico, com o seu excelente heavy metal clássico no seu álbum Comando Etílico (2010), começando a representar o Rio Grande do Norte no Nordeste e Brasil. Indo para o lado mais extremo, temos o excelente Expose Your Hate, do grande Cláudio Slayer, que estava listado entre as bandas nacionais do Metal Open Air, uma grande conquista de fato. Não esquecendo também da clássica Deadly Fate, banda precursora do heavy metal no Rio Grande do Norte. Nunca tinha escutado nada deles antes, até vê-los na abertura do show do Hangar, em Natal/RN, excelente banda, de fato.







Finalizando, enquanto publicava esse texto, escutava ao HardAlliance, banda de heavy metal também potiguar, do grande vocalista Lucca Medeiros.


Então, vamos prestigiar nossos filhos do rock'n'roll, porque muitas vezes bandas excelentes estão ao nosso lado e não sabemos. Fica a dica do Rock'N'Prosa.