quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cuidado com o Lobisomem



Desde pequenos ouvimos lendas sobre seres místicos que "habitam" o nosso mundo. Dentre eles, o mais conhecido é o lobisomem. Não sei ao certo quando começou a lenda, provavelmente foi na Europa, mas se expandiu pelo mundo ao longo dos séculos. 

Hoje temos, além da versão clássica européia da lenda, lendas brasileiras, muito vivas ainda na cabeça dos habitantes do sertão nordestino, principalmente. Lembro que ainda pequeno, escutava o meu avô contar estórias sobre aparições de lobisomens, em Jardim do Seridó/RN. Imagino que isso se expande para o resto da região.

Com base nesse mundo "místico" para alguns, e bem "real" para outros, que os potiguares do Monster Coyote apresentam o seu mais novo trabalho, o The Howling (2012).
capa do The Howling (2012).
A banda formada por Khalyl Lamarck (baixo e vocal), Amilton Jr. (guitarra) e Renan Matos (bateria) convida todos a adentrar com toda a agressividade possível nesse mundo. The Howling (2012) leva o ouvinte a imergir em um mundo de sangue e terror em suas 10 músicas. O álbum é aberto por Dead Bravery, mostrando logo a intenção do Monster Coyote, seguido de Beacon of Lost Souls, com direito inclusive ao som dos uivos dos lobos. 

Caminhando pela floresta, nos deparamos com a pesada Tundra Despair, seguida de Walk of the Untouchable e Wolfslayer. Não sei se foi a intenção da banda, mas a sensação que tenho ao escutar essas músicas em sequência é que a primeira retrata a transformação do homem em lobo, e as outras retratam seu caminho de destruição como lobisomem.
Monster Coyote.
Ainda no clima brutal, o álbum continua com a Violence of Those e Primal Bloodshed. Confesso que foram as minhas músicas favoritas do álbum. A primeira pela sua introdução puxada ao "progressivo", por assim dizer, e a segunda pela sua variação rítmica, associando peso à técnica.

Após encerrar a audição do álbum com The Elder Threat foi que percebi o quão perigoso é o lobisomem. The Howling (2012) é um excelente álbum, e um ponto mais que positivo para o rock  potiguar. O desejo que fica é que o apoio às bandas continue e que mais trabalhos como o The Howling (2012) possam surgir.

Para quem quiser escutar o álbum, ele está disponível para download no site do DoSol (acesse AQUI). 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dica de álbum: Concrete Blonde - Recollection (1996)


Já faz um tempo desde que compartilhei minha última dica de álbum com vocês. Ultimamente o tempo que dedico ao Rock'N'Prosa é muito pequeno, dada a quantidade de coisas acontecendo ao mesmo tempo. A minha tentativa em criar uma equipe de colaboradores não vingou e o Rock'N'Prosa acabou por ficar inteiramente sob minha responsabilidade.

Enfim, a dica que trago para vocês hoje é de uma banda de rock alternativo que conheci há uns 2 anos atrás. O Concrete Blonde é uma banda formada nos anos 80, que tem como mentora a baixista, cantora e compositora Johnette Napolitano.
Johnette Napolitano.
A banda lançou 8 álbums de estúdio com destaque para o Bloodletting (1990) e Walking in London (1992), trazendo clássicos como Bloodletting, Joey e Someday?. O som do Concrete Blonde é bem variado, desde músicas mais agitadas puxadas para o rock moderno até verdadeiras baladas anos 80.

Entre idas e vindas, a banda regressou às atividades em 2010 e continua a rotina de shows. Eles inclusive passaram pelo Brasil no passado, gravando até um álbum ao vivo por aqui, o Live in Brazil 2002 (2003).

A dica de álbum de hoje é uma coletânea lançada oficialmente pela banda para comemorar os 10 anos de atividade, e contém os maiores clássicos da banda dos 5 primeiros álbuns, destacando ainda Heal it Up, Walking in London, Caroline e Everybody Knows.

Espero que apreciem essa dica e até o nosso próximo encontro.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Uma pequena pausa no rock II

Zeca Baleiro.

Enquanto a criatividade não chega, vamos fazer outra pequena pausa no rock aqui no Rock'N'Prosa. Isso poderia até virar uma coluna do nosso blog, o que vocês acham? Vamos amadurecer a ideia.

Antes de tudo, rock é música e música é universal. Quem ama o rock, ama a música, isso é inquestionável. E falando em música, tive no último sábado uma verdadeira overdose musical no show do Zeca Baleiro, em Natal/RN. Somente tinha escutado seus álbuns e assistido seus DVD's, nunca tinha tido a oportunidade de presenciar um show dele. Como disse do show de Paul McCartney e do Scorpions que o DVD não é nada comparado com aquilo, estendo isso para o Zeca.

Isso aqui não é uma resenha de show, mas o nível de ecleticismo presente foi muito alto. Ele consegue variar entre estilos nacionais, blues e rock, em uma mistura da mais alta qualidade. Imagino que presenciei algo próximo a um show de rock progressivo do Porcupine Tree ou Pink Floyd, por exemplo, só que mais rico culturalmente.

É impossível definir um estilo para ele. Se pegarmos o Por onde Andará Stephen Fry? (1997), dizemos que é MPB, se pegarmos o Vô Imbolá (1999) já dizemos que é samba-rap-MPB, se pegarmos o Baladas do Asfalto (2005) já dizemos que é blues rock, enfim, vocês conseguiram entender o ponto. Isso tudo, por incrível que pareça, é incluído no show, todos esses elementos.

O que gosto também é do resgate musical que o Zeca faz. Na turnê Baladas do Asfalto ele resgatou Retalhos de Cetim, do Benito de Paula, música que nunca teria a oportunidade de conhecer se  não fosse o álbum ao vivo homônimo lançado. No show em Natal/RN ele executou uma música de Therezinha de Jesus, cantora potiguar, que nunca tinha tido a oportunidade de escutar. Isso é o que chamo de "riqueza cultural", o show além de diversão é uma ferramenta para aumentar o seu conhecimento, para te dá oportunidades para conhecer novos sons e músicas.

Sei que muita gente que lê o blog conhece o trabalho dele, mas a experiência do show merecia uma postagem aqui no Rock'N'Prosa. Para quem se interessar, ele está em turnê até o fim do ano, divulgando o recém lançado Disco do Ano (2012). Só para se ter uma ideia, uma das músicas do show é Disritmia, do Martinho da Vila, só que em uma versão psicodélica.

Se quiserem fazer uma pequena pausa no rock e ter uma boa experiência musical, sigam em frente e não olhem para trás, vocês estarão bem acompanhados.