terça-feira, 29 de março de 2011

Explorando os limites da música

A música é simplesmente fantástica. Em meio a grandes composições e covers famosos, me apresentaram ontem aos "mashups". Um "mashup" é a junção de várias músicas em uma só, e acabei por ver como existem músicas que se encaixam perfeitamente umas com as outras. Percebi que existe uma nova modalidade de compositores nos dias de hoje, explorando novos limites dentro da música, buscando a essência das músicas antigas e misturando-as em um único som.

Na mesma hora em que vi o primeiro mashup, me lembrei de um bem antigo que um dia me enviaram, que é com os Beatles. Fizeram a junção de Lei It Be, com Hey Jude e Imagine (essa última de John Lennon), algo que beira a perfeição.

É sensacional a habilidade dos novos compositores, eles conseguem mixar de uma forma que parece que as duas músicas realmente fazem parte de uma só música. Foi o que aconteceu com os mashups mais recentes que pude ver, produzidos pela Wax Audio.

No primeiro fizeram a junção de Whole Lotta Love, do Led Zeppelin, com War Pigs, do Black Sabbath. Dois grandes clássicos de duas grandes bandas:


O outro mashup que gostaria de mostrar, e o melhor que eu já vi, porque trata de dois estilos completamente diferentes, foi o feito com Stayin' Alive, dos BeeGees, e Another Brick in the Wall, do Pink Floyd. Juntaram o rock progressivo do Pink Floyd com o ritmo disco dos BeeGees de uma forma fantástica. Confiram ele logo abaixo:



Não conheço os autores e duvido que eles um dia venham a ler essa postagem, mas gostaria apenas de parabeniza-los pelo excelente trabalho, e também parabeniza-los por nos mostrar que não existe fronteiras para a música.

segunda-feira, 28 de março de 2011

O Muro


 Enquanto escutava o álbum The Wall (1979), do Pink Floyd, percebi que vivemos cercados por muros. Nossas casas possuem muros para separar o nosso santuário interior do mundo exterior, os estádios possuem muros para separar os que pagam mais caro para assistir o espetáculo dos que pagam o mínimo para apreciar, as universidades possuem muros para separar aqueles que conseguiram entrar dos que não. 

Nossas vidas possuem muros.

Muitas vezes nos blindamos dentro do nosso refúgio espiritual e nos esquecemos um pouco do que está acontecendo ao nosso redor. Muitas vezes erramos em uma escolha e achamos por bem voltar para dentro do nosso muro, e quando finalmente ganhamos confiança no mundo, voltamos a tentar caminhar por fora do muro.

O muro nos priva de muitas coisas na vida, temos que quebra-lo o quanto antes, mas nunca é tarde demais para isso. Não digo isso só no caráter pessoal, devemos quebrar os muros do preconceito, que é o mais difícil de todos de quebrar.

Sei que é praticamente impossível ser radical ao ponto de quebrar o muro por inteiro de uma única vez, mas se todos forem fazendo o possível para retirar pelo menos um tijolo desse muro, o mundo vai mudar aos poucos e toda a humanidade será beneficiada com isso.

domingo, 20 de março de 2011

Resenha de Shows: Iron Maiden (02/03/08 - São Paulo/SP)

O "Resenha de Shows" de hoje vai voltar um pouco no tempo, para um período em que nem pensava está escrevendo em um blog sobre rock'n'roll.

Há três anos atrás, mais exatamente no primeiro dia do mês de março de 2008. Este que vos escreve embarcou rumo à região sudeste do país para a realização de um sonho. Pela primeira vez, ia poder assistir a minha banda favorita de todos os tempos, o Iron Maiden.

Iron Maiden, da esquerda para a direita: Adrian Smith, Janick Gers, Nicko McBrain, Bruce Dickinson, Steve Harris e Dave Murray.
 Tinha tentado assistir o show em 2004, válido pela turnê do álbum Dance of Death (2004), mas as tentativas foram em vão. Mas, no mesmo dia fiz um juramento dizendo que iria ainda assisti-los algum dia. Dois anos depois, o Iron Maiden lançou o excelente A Matter of Life and Death (2006), e uma possível vinda ao Brasil começou a ser ansiosamente aguardada por todos, mas a turnê não passou pela América do Sul.

Pôster da Somewhere Back in Time Tour 2008.

A vida foi seguindo e aproximadamente em setembro de 2007 o Iron Maiden anunciou o que seria, na minha opinião, a sua melhor turnê dos últimos tempos. A turnê Somewhere Back in Time prometia passar por todo o mundo e nela seriam executadas somente músicas dos anos 80, a fase de ouro do Iron Maiden, músicas de álbuns que foram lançados mesmo antes de eu nascer. Com o anúncio da turnê, veio o anúncio de 3 datas no Brasil: São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Duas semanas depois do anúncio começou a venda de ingressos para o show, comprei meus ingressos para o front-stage logo no primeiro dia de vendas, e com a compra veio a apreensão. Os ingressos para o show se esgotaram logo no terceiro dia de vendas, e a minha confirmação de compra ainda não tinha saído, mas logo no dia seguinte a confirmação saiu. Estava garantida a minha ida para o show.

No começo de 2008, quando os primeiros shows começaram a acontecer, veio a surpresa do set-list, músicas que não eram executadas há muito tempo voltaram a ser executadas. Músicas como Revelations, Moonchild e Heaven Can Wait.

Vista do palco antes do show.
Depois de embarcar para São Paulo, finalmente chegou o domingo dia 2 de março de 2008. Um sol forte iluminava a capital paulista durante a manhã, onde estive no Parque do Ibirapuera. Naquele dia o almoço quase não desceu, a espectativa para o show era muito grande. Finalmente, às 16:00, ingresso no bolso e começou a jornada rumo ao estádio Palestra Itália.

Por volta das 18:00 todo os lugares já estavam ocupados, 37.000 pessoas gritando "Maiden, Maiden" preenchiam o espaço. Para esquentar, todos viram o show de Lauren Harris, filha do baixista do Iron Maiden, executando um rock'n'roll bem simples. Mas, exatamente às 20:00, as luzes se apagaram e a jornada pelo passado começou.
Início do show do Iron Maiden. Essa mão em primeiro plano é minha, e detalhe para Steve Harris (baixo) ao fundo.
Demorei duas músicas para acreditar que aqueles caras que estavam ali bem na minha frente eram os mesmos caras que cresci assistindo a shows em DVD e VHS. Só quando escutei o primeiro "Scream for me São Paulo", foi que me dei conta de que aquilo tudo era real e que eu realmente estava em um show do Iron Maiden.

O set-list foi formado só por clássicos e um momento que nunca vou esquecer foi durante Wasted Years. Para começar, nunca imaginei que eles fossem executar essa música algum dia novamente, faziam mais de 10 anos que ela não era executada, e segundo, quando Bruce Dickinson começou a cantar me lembro que cantei fervorosamente abraçado com meu irmão, momento muito especial.

Bruce Dickinson cantando The Trooper com a bandeira da Grã-Bretanha.
Depois de 2 horas viajando pelo tempo, o show foi encerrado com Hallowed be thy Name. Começa a jornada de volta para o hotel, surpreendentemente, um enorme silêncio marcou a saída do estádio, acho que todos ainda estavam maravilhados com o grande show que acabaram de presenciar. Ainda cheguei no hotel a tempo de ver a matéria sobre o show no encerramento do Fantástico.

No ano seguinte, o Iron Maiden cumpriu a promessa feita no show, e voltou para mais cidades no Brasil para um bis. Tive a oportunidade de ve-los novamente em Recife/PE, mais um show épico, mas não se compara ao primeiro show. Ao show em que pude ver o sonho de um garoto, fã desses caras de cabelo grande, se tornar realidade.

sábado, 19 de março de 2011

29 anos sem Randy Rhoads

Acabei de ser informado que no presente dia 19 de março, dia de São José, estão se completando 29 anos desde que um acidente de avião vitimou um dos maiores nomes da guitarra de todos os tempos.

Randy Rhoads e sua tradicional guitarra com bolinhas.

Dessa forma surgem as lendas, pessoas as vezes rapidamente nos deixam, mas o seu legado ecoa pela eternidade. Isso é Randy Rhoads para mim. Seu trabalho pode ser conferido nos dois primeiros álbuns de Ozzy Osbourne: Blizzard of Ozz (1980) e Diary of a Madman (1981). Basta apenas citar que Mr. Crowley e Crazy Train foram compostas por ele, o que foi muito revolucionário na época.

Mas, o que mais me surpreendeu em Randy foi a sua habilidade ao vivo. Não, eu nem era nascido quando ele morreu, mas pude acompanhar um show da turnê do Blizzard of Ozz que foi lançado por Ozzy no álbum ao vivo Tribute to Randy Rhoads (1987), que foi lançado também no dia 19 de março. A habilidade dele na execução das músicas era surreal. Eu imagino como ele estaria hoje se ainda fosse vivo, acho que faria Stevie Vai e Paul Gilbert o saudarem.

Capa do álbum Tribute lançado no aniversário de 5 anos da morte de Randy Rhoads.

O álbum Tribute to Randy Rhoads (1987) é uma verdadeira relíquia para mim, além de fotos dele e de uma mensagem escrita por sua esposa, o álbum ainda conta com um bonus muito especial, o audio de Randy Rhoads compondo o instrumental Dee, que está presente no Blizzard of Ozz (1980).

Então, sem me prolongar mais, fica aqui a saudação do Rock'N'Prosa para Randy Rhoads, onde quer que ele esteja.

domingo, 13 de março de 2011

Somos todos Poetas: Antes do Voo

Nem todo o tempo podemos viver de "Prosa". A poesia traduz em palavras aquilo que todos sentem e muitas vezes não conseguem perceber. Então, apenas por esse momento, vamos adicionar um pouco de poesia ao Rock'N'Prosa, afinal, somos todos poetas.

Me arrisquei a escrever alguns versos e decidi publicar aqui no blog, mas o objetivo principal deste quadro é abrir o espaço para todos os nossos web-leitores compartilhar conosco seus versos. Então, sintam-se à vontade para enviar material para o blog, podem enviar para o e-mail que está no blog.

Abrindo esse quadro, versos que foram escritos tendo como base uma foto tirada na praia de Tibau/RN por Thiago Costa.


foto: Thiago Costa


Antes do Voo

Se toda a opressão fosse um dia julgada
Se toda ousadia fosse um dia recompensada
Se parassem de nos ensinar as coisas erradas
Não custa nada sonhar na caminhada

Se o medo te faz exitar
Ou até mesmo o impede de tentar
Se a solidão bater forte em um ritmo pesado
Voar é preciso para longe do seu passado

Não devemos ter medo
O mundo é feito de erros
Por que não descobrimos isso logo cedo?
Nunca é tarde para voltar a viver

Se um dia nos atrevermos a viajar
O mundo permanecerá do jeito que está
Mas, a força que nos leva a sonhar
É a mesma que nos faz voar