quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Rock'N'Prosa no Rock In Rio pt. II


Depois de dois dias de folga, eis que a equipe Rock'N'Prosa volta à Cidade do Rock. Domingo ensolarado no Rio de Janeiro/RJ e às 14:00 já estávamos a postos esperando o ônibus para o festival. A expectativa era grande para assistir André Matos, só que mais uma vez o trânsito e enorme quantidade de pessoas - demoramos quase meia hora para entrar no festival - fizeram com que perdêssemos mais esse show. Para não dizer que não "vi" nada, escutei os últimos acordes de Rebel Maniac enquanto estava na fila, que passava exatamente por trás do Palco Sunset.

O dia 22 de setembro não era de andar por qualquer lugar, uma das melhores seleções de bandas dos últimos tempos estava prestes a tomar de conta do festival.

#DESTRUCTION


Sol a pino e os primeiros acordes do Destruction começaram a soar pelo Palco Sunset. Particularmente não conhecia a banda, mas virei quase um fã, somzeira pesada e bem executada!! Não tenho muito o que comentar do set-list, basta destacar que na metade do show os brasileiros do Krisiun subiram no palco. Senti o orgulho na voz do vocalista Alex Camargo ao dizer que eles eram a primeira banda nacional de Death Metal a subir no palco do Rock in Rio. Se o show estava pesado, agora ficou pesado ao cubo. O nível da destruição aumentou, com certeza.

#HELLOWEEN


Agora vem um dos shows esperados do dia. Cresci ouvindo o Helloween, e com o sol se pondo a banda entra no palco com Eagle Fly Free, cantada por todos os presentes. Achei o som um pouco aquém dos outros shows, os vocais estavam um pouco baixo, assim também como a bateria. Mas, enfim, não tirou a magia do show, porque era o Helloween que estava ali. Misturando músicas novas como Waiting for the Thunder, com clássicos como Power, o show foi caminhando, até que chegamos no bis. Como era esperado, Andi Deris anunciou Kai Hansen, guitarrista da formação clássica da banda, e como era esperado - por mim - tocaram Dr. Stein, Future World e encerraram com I Want Out, um encerramento digno do poder do show.

#ZÉPULTURA


A viagem já tinha valido até aqui, mas o melhor ainda estava por vir, em duas parcelas, melhor, três. A primeira parcela foi o show do ZéPultura (fazendo justiça a Thayro, que gritou o nome antes de todo mundo, e estaria agora com muito dinheiro se tivesse patenteado antes do Andreas Kisser gritar isso no microfone). Sepultura no palco, destruição total, só músicas que não vinham sendo executadas a certo tempo. Particularmente, gostei mais dessa apresentação do Sepultura do que do show da quinta-feira, o som estava muito melhor. Após 5 músicas porradas, Andreas Kisser anuncia o momento mais esperado por todos. O profeta em pessoa, Zé Ramalho, sobe no palco e começa um dos melhores shows que pude presenciar. Dança das Borboletas, seguida de Jardim das Acácias, preencheram o show, com todo o peso do instrumental do Sepultura. Mote das Amplidões, faixa bem surrealista e que não conhecia, foi um dos destaques do show, muito boa a execução. Ainda fizeram parte do show Em Busca do Ouro, do projeto solo de Andreas Kisser - o qual agradeceu humildemente aos membros da banda, por aceitarem tocar aquilo em um show do Sepultura - e um instrumental usando a base de Avôhai, deram continuidade ao show. Após agradecimentos, o encerramento não podia ser diferente, Admirável Gado Novo. Nunca imaginei que pularia cantando o refrão dessa música alguma vez na minha vida. Esse foi O SHOW do festival. Foi o show que fez valer o ingresso, a viagem e o cansaço. Mas, como disse, ainda faltam duas parcelas.

#SLAYER


Nem bem acabou o Zé e os acordes de World Painted Blood começaram a soar. Corri para o palco e mundo e vi de longe o Tom Araya gritando, lembro que ainda gritei para meu irmão: "Não é o DVD, são os caras mesmo!!!". Slayer, meu amigo. Outro show que não imaginava assistir. Parei em frente ao palco, a certa distância e curti War Ensemble, Mandatory Suicide e Seasons in the Abyss. Muito bem executadas e com muito mais energia do que já tinha escutado antes. Para o bis, o Slayer preparou algo especial. O pano de fundo foi trocado e o nome "Hanemann" apareceu nos telões. Homenagem mais que merecida, e como era esperado o Slayer encerrou com South of Heaven, Raining Blood e Angel of Death, com direito ao agudo e tudo. Excelente show, lembrei agora de todas as vezes que ouvi a frase: "Vale a pena ver o Slayer", e hoje eu digo: "Vale, e muito".

#IRON MAIDEN


A banda que vinha agora dispensa comentários. Já mencionei em diversas postagens aqui no Rock'N'Prosa o quanto esse show do Iron Maiden seria especial para mim. Não era só a minha banda favorita, mas sim a minha banda favorita refazendo a turnê do meu álbum favorito. Sem atrasos, aos 5 minutos da meia-noite do dia 23 de setembro, Doctor Doctor, do UFO começa a soar, seguida da introdução de Moonchild. Blocos de gelo no palco e promessas de muitas explosões quando o Maiden executou logo em seguida Can I Play With Madness. O set-list foi basicamente o executado em 88, mas o espaço foi aberto duas vezes com Fear of the Dark, e - uma música que tem tudo a ver com o que o mundo está passando hoje - Afraid to Shoot Strangers, ambas do Fear of the Dark (1992). Músicas que não eram executadas há muito tempo voltaram, como The Prisoner e Seventh Son of a Seventh Son, e tive a honra de ver não só um, mas três Eddies dessa vez, todos remontando ao Seventh Son of a Seventh Son (1988), álbum principal dessa turnê. Depois de um desfile de clássicos e cordas vocais danificadas, eis que chega a hora de tocar Running Free e se despedir do show. Se o Zé e o Slayer tinham feito tudo valer a pena, o Maiden sacramentou tudo. O melhor show que tive o prazer de assistir na vida, posso afirmar isso com certeza. Ficam aqui os desejos para que os boatos sobre um possível DVD sejam confirmados, porque esse registro merece ser guardado nas estantes de todos os amantes de música e de rock'n'roll.

Bem, é chegado a hora de voltar para casa. Malas arrumadas, ingressos e LP's devidamente embalados, o avião levantou voo. O que ficou de impressão do Rock in Rio foi que a organização foi perfeita. Vários pontos do local possibilitavam assistir aos shows, deixando o público bem espalhado e acomodado por toda a área. A estrutura de som estava boa, as bandas mais pesadas não foram prejudicadas. E se o show não estava bom para você, sempre tinha a possibilidade de fazer algo divertido naquele tempo, com as outras inúmeras atrações do festival.

Espero que tenham gostado desses relatos e até a próxima.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Rock'N'Prosa no Rock In Rio pt. I



Antes tarde do que nunca, o Rock'N'Prosa viajou até o Rio de Janeiro/RJ, para a Cidade do Rock, onde acompanhou e curtiu os dias dedicado ao rock pesado do festival Rock In Rio. Um pouco do que foi essa cruzada vocês conferem agora. Para não ficar muito extenso, vou dividir os relatos em duas partes, uma dedicada a cada dia do festival.

Natal/RN, 4:00, 19/09/2013. Depois de um cansativo dia e uma cansativa viagem, eis que a equipe Rock'N'Prosa se prepara para rumar ao Rio de Janeiro/RJ. Voo tranquilo até Salvador/BA, junto com a equipe juvenil do Bahia, e logo em seguida aportamos no Rio. Preto era a cor predominante no Aeroporto Galeão e na cidade como um todo. Para cada 10 pessoas vistas, 7 estavam com camisa do Metallica, sinal do som que seria ecoado pela cidade naquele dia.

Depois de uma visita a sebos e da aquisição de diversos títulos em vinyl, colocamos os ingressos nos bolsos, camisas do Godhound no peito, e rumamos ao rock'n'roll. Por causa da distância entre Copacabana e a Cidade do Rock e do trânsito do Rio, perdemos o Dr. Sin e o Almah, chegando a tempo de ver o começo do show do Sebastian Bach no Palco Sunset.

Assim que cruzamos as catracas, somos recebidos pela imensa estrutura do festival. Muita organização, muita gente andando, e um palco que pode ser visto de muito longe (Palco Mundo). Diversas praças de alimentação, atrações dos patrocinadores, distribuição de brindes, e a Rock Street. Ah, a Rock Street. É algo para cinema. Uma réplica de uma rua irlandesa, com diversas lojas e restaurantes. No meio da rua, artistas fazendo apresentações, bandas tocando música celta, e um palco montado, onde tinham danças e mais música celta. Fomos agraciados com uma apresentação do Bruno Maia, fundador do Tuatha de Dannan, tocando um excelente rock celta. Pena que não pudemos curtir muito (por enquanto) porque os fogos de artifício anunciaram que o Sepultura estava subindo no palco.

#SEPULTURA



Ainda hipnotizado pela música celta, perdi o começo do show do Sepultura. Mas, depois de uma breve corrida e uma quase cerveja derramada, avistei o Palco Mundo. Não sou um conhecedor ferrenho da carreira deles, mas o show para mim pode ser resumido à Territory e Roots Bloody Roots, energia pura. A mistura dos tambores do Tambours du Bronx com o peso e saturação da guitarra do Sepultura é inquestionável.

#GHOST


Acabado o Sepultura, era hora do Rob Zombie. Confesso que nem me dei ao trabalho de me deslocar até o Palco Sunset, porque não conhecia nenhuma música dele. Mas, logo depois veio o show mais esperado da noite para mim (sim, o Metallica foi um extra): O ritual profano do Ghost. Está bem, podem falar o que for, a maioria das pessoas não entendeu o que foi o show dos suecos. A Globo com seu pensamento xiita caiu em cima, e assim também a mídia como um todo. Deixando o desabafo de lado, o show foi simplesmente perfeito. O som estava bem regulado, deu para distinguir com clareza todos os instrumentos e passagens. O repertório foi uma mistura dos dois álbuns do Ghost (B.C. é o car$%!#), com direito até ao instrumental Genesis. Os destaques do show para mim foram Year Zero e Ghuleh/Zombie Queen, ambas do novo álbum do Papa Emeritus II & Cia.

#ALICE IN CHAINS


Outra banda que não tinha escutado muito foi o Alice in Chains, apesar de serem quase clássicos. Para não dizer que não conhecia nada, ainda escutei o seu mais novo álbum, The Devil Put Dinossaurs Here (2012), muito bom por sinal. O som ao vivo é muito semelhante ao álbum, execução perfeita. Acabei por curtir somente Hollow, faixa de abertura do álbum e que foi executada no início do show. Aproveitei a deixa para circular um pouco pelo festival e curtir mais um pouco de música celta. Foi aí que me deparei com uma loja em especial da Rock Street. Loja de LP's. Acho que o nome deveria mudar de Record Store para Very Expensive Billionaire Record Store. Os LP's mais caros da história!! Mas, dentre os títulos, muita coisa boa, com destaque para o Voyage 34 (2000), do Porcupine Tree e o Black Sabbath (1970), só não vou citar os preços.

#METALLICA


Agora parem as máquinas!! Uma das maiores bandas do mundo em atividade estava prestes a subir no palco. A quinta-feira (19/09) foi um dia estranho, porque comecei o dia assistindo um DVD do Metallica, e algumas horas depois, estava em frente ao palco para vê-los ao vivo, e não mais virtualmente. O cansaço estava grande, a espera estava aumentando, e não foram 20 ou 30, mas 40 minutos de atraso, até que enfim It's a long way to the top, do AC/DC, começou a tocar, era o sinal que o show iria começar. Após a clássica introdução The Ecstasy of Gold, do Ennio Morricone, o Metallica entra em cena e começa a quebrar tudo com Hit the Lights, quase ligada com Master of Puppets. Set-list impecável com uma chuva de clássicos, com direito a explosões no palco em One e Enter Sandman, sem contar no bis com Creeping Death e Battery.

Com o fim do show era hora de pegar o busão e voltar para o hotel. Recarregar as baterias e se preparar para o segundo dia do festival, e muita coisa boa estava por vir nesse segundo dia...