sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Parar pra quê?

capa do Into the Wild (2011), do Uriah Heep.
Essa é uma temática que sempre aparece quando falamos de bandas mais antigas. Como tudo na vida, o tempo de sobrevivência das bandas divide opiniões. Existem pessoas que acreditam que as bandas devem ser igual aos Beatles, que acabaram antes de se desgastarem e viraram lendas, e tem pessoas que querem que a banda dure para sempre, mesmo que a banda se desgaste com o tempo, por exemplo, os Rolling Stones.

Em meio a tudo isso, eis que aparece o Uriah Heep. Os primeiros álbuns deles datam dos anos 70 ainda, de onde podemos citar os excelentes Demons and Wizards (1972) e Salisbury (1971). Pois bem, em maio desse ano eles lançaram o Into the Wild (2011), o 23º álbum de estúdio da sua carreira.
Uriah Heep (da esquerda para a direita): Russell Gilbrook (bateria), Phil Lanson (teclados),  Bernie Shaw (vocais),  Mick Box (guitarra) e Trevor Bolder (baixo).

Hoje eu finalmente parei para escutar o álbum, que diga-se de passagem, foi um presente da Hellion Records. Escutando os primeiros acordes de Nail on the Head foi que me fiz essa pergunta: "Parar pra quê?". A música fica na sua cabeça, quase como um prego perfurando seu cérebro, não sei se era essa a intenção. Mas, apesar do refrão repetitivo, é uma grande música, digna do nome Uriah Heep.

No decorrer da audição do álbum outras músicas foram chamando a atenção, como I'm Ready, a melhor do álbum para mim, e Trail of Diamonds, com um coro fazendo lembrar os bons tempos de Lady in Black. Apesar dos 40 anos de carreira, a banda ainda não perdeu nada do seu peso, músicas como Southern Star e Believer mostram isso com maestria. E o que falar do encerramento do álbum com Kiss of Freedom? Uma grande música para encerrar um grande álbum.

Não sei se Into the Wild (2011) está entre os melhores do ano, mas só que sei que ele serviu para mostrar que as bandas antigas ainda conseguem produzir trabalhos de qualidade. Então, deixem o rock viver.




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Dica de álbum: Tedeschi Trucks Band - Revelator (2011)

capa do Revelator (2011), do Tedeschi Trucks Band.

É sempre muito bom descobrir uma nova banda, e a última na minha lista foi o Tedeschi Trucks Band. Depois que uma série de coincidências me levaram ao SWU para o show do Lynyrd Skynyrd, fui procurar saber mais sobre as bandas que dividiriam o palco Consciência com as lendas-vivas do rock sulista americano, e foi aí que começou minha história com o Tedeschi Trucks Band.

O Tedeschi Trucks Band é uma banda com 11 integrantes lideradas por Susan Tedeschi e Derek Trucks, músicos experientes que nunca haviam tocado juntos antes. Ambos decidiram interromper as atividades de suas bandas e montar um projeto, foi aí que surgiu essa nova banda que já nasceu com status de "grande".

A banda faz uma mistura de funk, blues e rock, e o resultado disso tudo está no álbum de estréia deles, o Revelator (2011). Sentei para escutar o álbum uma semana antes do show no SWU e já virei fã da banda logo de cara. A diversidade de estilos nas composições é excelente, eles souberam usar a experiência à seu favor.

Susan Tedeschi e Derek Trucks, os mentores do Tedeschi Trucks Band.

O álbum possui músicas com uma rítmica mais acelerada como Bound for Glory e Shelter, e músicas mais lentas e profundas como Until You Remember e Midnight in Harlem.

O show do Tedeschi Trucks Band é algo que beira o fantástico, a habilidade da banda ao vivo é surpreendente, com direito a muitas jams, o que em uma banda com 11 integrantes, dá para imaginar a qualidade.

Esse álbum ainda não está à venda no Brasil, mas quem quiser adquiri-lo basta dá um pulo na Amazon e garantir o seu. 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Resenha de shows: Lynyrd Skynyrd (13/11/11 - Paulínia/SP)


Para início de conversa, se alguém me perguntasse se um dia eu veria o Lynyrd Skynyrd ao vivo, eu provavelmente diria que não. Em mais de 40 anos de carreira eles nunca vieram ao Brasil, por que viriam logo agora?

Pois bem, quase como uma jogada de mestre a organização do SWU anunciou o Lynyrd Skynyrd como a sua atração principal para o domingo dia 13/11, na cidade de Paulínia/SP. Banda que para mim faz parte dos quatro pilares do rock'n'roll, espaço também ocupado pelo Pink Floyd, The Beatles e Iron Maiden.

Por se tratar de um festival, o show seria mais curto, porém não menos bom, e outras atrações dividiriam o palco com as lendas do rock sulista americano.

Aproximadamente às 15:30 a equipe Rock'N'Prosa aportou no Parque Brasil e se deparou com a imensa estrutura do festival, algo para cinema. Entramos ainda a tempo de escutar Zé Ramalho tocando Admirável Gado Novo, foi uma pena não ter assistido o show. Mas, tivemos a honra de assistir o excelente show do Tedeschi Trucks Band, que irei comentar melhor em outra ocasião. 

A chuva que caiu na cidade durante toda a tarde e noite não tirou a magia do festival, pelo contrário, o deixou melhor ainda. Ainda assisti de perto o grande show do Duran Duran e do Ultrage a Rigor. Foi uma pena ter visto somente o Peter Gabriel & New Blood Orchestra de longe, mas tinha que assegurar o meu lugar junto à grade para o Lynyrd Skynyrd.

Depois de quase 4 horas em pé e de muita dor no joelho, eis que finalmente chega a esperada hora do show do Lynyrd Skynyrd, e eles fizeram valer a pena a espera.

As lendas-vivas do rock sulista entraram no palco Consciência agitando com Workin' for MCA, seguida de I Ain't the One, dois grandes clássicos da fase clássica da banda. Após saudar o público, Johnny Van Zant, irmão de Ronnie Van Zant (vocalista da primeira formação do Lynyrd) anuncia Skynyrd Nation, do álbum God & Guns (2009). Essa música é meio que uma resposta para todos que diziam que o Lynyrd Skynyrd tinha acabado com o acidente de avião nos anos 70. A banda continua unida, apesar das "baixas", compondo músicas de qualidade.

Depois daí clássicos foi o que não faltou no show. A banda continuou o show com What's Your Name, That Smell e Down South Juckin', seguidas de I Got the Same Old Blues e I Know a Little.

Logo em seguida veio para mim o melhor momento do show. Johnny anuncia que a próxima música é dedicada a todos os ex-integrantes da banda, que como ele disse: "estão morando no paraíso do rock'n'roll". Depois do anúncio veio simplesmente Simple Man, cantada fervorosamente por todos enquanto que o telão exibia imagens dos membros da banda de todos os tempos, com destaque para Billy Powell, pianista da banda que faleceu no ano passado.
Lynyrd Skynyrd no SWU.
O Lynyrd ainda relembrou um antigo clássico de Jimmie Rodgers, que a banda tocava nos anos 70, T for Texas, que veio seguida de Gimme Three Steps, do primeiro álbum. Ainda teve espaço para Call me the Breeze e a clássica Sweet Home Alabama, com direito à bandeira dos Confederados presa ao microfone de Johnny, como seu irmão Ronnie gostava de fazer.

Em seguida a banda deixa o palco e pouco tempo depois volta para o bis. Johnny trazia agora as bandeiras dos Estados Unidos e do Brasil presas ao seu microfone e anuncia a épica Free Bird, acompanhada por todos os presentes.

Após os 14 minutos de Free Bird, 10 só de solo, como é o costume, a banda encerra esse que é um forte candidato a "show do ano". O que me impressionou foi o nível de simpatia de todos, porque eu imaginava, por eles serem velhos, que ficariam parados o show inteiro, mas não, eles correram, pularam, interagiram bem com o público.

É claro que um show de bandas como o Lynyrd Skynyrd sempre vai deixar faltando "aquela música", se é que vocês me entendem. O set-list foi brilhante, mas confesso que queria ter visto Travelin' Man e Tuesday's Gone, mas tudo bem, fica para a próxima.

Então, web-leitores, esse foi o show do Lynyrd Skynyrd no SWU, espero que tenham gostado dessa resenha e até o nosso próximo show.

Para quem quiser assistir o show, o Multishow transmitiu ao vivo na íntegra, confiram abaixo:





quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O mestre da música

Ennio Morricone.
No dia de hoje um dos maiores gênios da música está completando 83 anos de existência. Ennio Morricone é um dos maiores compositores do nosso tempo, e produziu grandes temas como Cinema Paradiso (1988), e a trilha de um dos melhores filmes de faroeste de todos os tempos: The Good, the Bad, the Ugly (1966) (título original: Il buono, il brutto, il cattivo), não conheço o título em português.

Mas, você pode está se perguntando: o que é que Ennio Morricone tem a ver com o rock'n'roll?

Eu vos digo: Tudo!!

Estudos comprovam que o perfil de um fã de rock'n'roll é idêntico ao perfil de um fã de música clássica, e já foi mostrado nesse blog como a música clássica está ligada ao rock'n'roll (se você perdeu, clique AQUI). Então, é mais que justo o Rock'N'Prosa homenagear esse grande ícone da música em seu aniversário.

Sempre acompanhei de perto o trabalho de Ennio Morricone por ser um grande fã de filmes de faroeste, como Era uma vez no Oeste (1968). Em suas composições ele consegue prender a atenção de quem aprecia a sua obra, variando as melodias, incluindo até solos de vocal, o que deixa as suas músicas com uma força a mais.
Ennio Morricone regendo sua orquestra em Veneza, Itália, em 2008.
Não quero desmerescer compositores como Mozart ou até Beethoven, mas Ennio Morricone conseguiu transformar a música clássica em algo "moderno", por assim dizer, é uma música agradável aos ouvidos, independente do seu gosto musical. Por isso o considero como um dos maiores compositores de todos os tempos.

Aqui no Brasil temos uma pessoa que também pensa assim, que é o maestro João Carlos Martins, que ultimamente misturou samba à obra de Bach, uma mistura muito interessante, que eu tive a honra de assistir em Florianópolis/SC em abril desse ano.

Mas, será que existe uma relação da obra de Ennio Morricone com o rock? Pois bem, isso de fato existe. 

O Metallica, maior banda de rock do mundo atualmente, abre os seus shows desde a década de 80 até os dias de hoje com The Ecstasy of Gold, tema do filme The Good, the Bad, the Ugly (1966). E, um momento marcante aconteceu em 1999, quando o Metallica lançou o DVD S&M (1999), ocasião em que executou um show com a Orquestra Filarmônica de São Francisco. No presente show, a abertura como não poderia deixar de ser foi com The Ecstasy of Gold, mas ela foi executada pela orquestra, um grande momento que vocês podem conferir abaixo:




Bem, essa foi nossa homenagem a esse grande gênio da música, e para acabar com música, fiquem com a execução de The Good, the Bad, the Ugly regida pelo mestre Ennio Morricone: