São poucas as bandas que podem se dar ao luxo de embarcar em uma Máquina do Tempo. O Iron Maiden fez isso a alguns anos atrás, com sua magnífica Somewhere Back in Time tour, relembrando antigos clássicos dos anos 80, que não era executados há muito tempo. Mais recentemente o Rush criou sua própria Máquina do Tempo e embarcou, levando os fãs pelo mundo do Moving Pictures (1981) e outros clássicos da banda.
Mas, do que consiste isso na verdade?
Muita gente não é fã das turnês "Máquina do Tempo", ou "Retrô", como queiram chamar. Eu vejo isso tudo como uma oportunidade, uma chance de rever clássicos, uma nova chance de reviver uma época.
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Iron Maiden e sua volta aos anos 80 com a Somewhere Back in Time tour. |
É legal para as bandas lançarem novos álbuns? É sim, absolutamente. Mas, a sensação de embarcar numa Máquina do Tempo é indescritível. Pude vivenciar isso com o Iron Maiden em 2008 e 2009, onde a banda executou grandes clássicos, músicas que não eram executadas a mais de 10 anos, músicas que nunca tinha pensado em ver ao vivo algum dia. Essa é a magia dos clássicos, a magia da Máquina do Tempo.
Voltando mais no tempo ainda, temos Paul McCartney, executando músicas dos primeiros álbuns dos Beatles (datados do início dos anos 60) e o Lynyrd Skynyrd, com seu rock sulista dos anos 70, que não envelheceu com o tempo.
Mas, tudo isso é apenas para falar da Máquina do Tempo mais recente que presenciei, virtualmente, infelizmente. O Time Machine (2011), do Rush.
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Rush e sua turnê Time Machine, em 2010, culminando no lançamento do DVD com mesmo nome. |
A primeira sensação que temos é que realmente estamos embarcando na História do Rush, com a brilhante abertura no telão culminando em Spirit of Radio. É impressionante como eles conseguem puxar a sua atenção para o espetáculo, casando telão e palco perfeitamente. Clássicos não faltam em um show do Rush, mas o diferencial dessa Máquina do Tempo é a execução na íntegra do Moving Pictures (1981), trintas anos após o seu lançamento.
Não adianta eu ficar falando de todas as músicas desse show, porque isso não é uma revisão, e sim uma impressão sobre o efeito desse dispositivo que nos faz voltar no tempo.
Isso é a prova que temos para ratificar a imortalidade da música, mesmo após trinta anos, um álbum ainda é capaz de agradar uma grande parte do público. E isso acontece com todos os estilos de música. Músicas são relembradas, vividas e cantadas como se tivessem sido lançadas a pouco tempo.
A Máquina do Tempo sempre voltará enquanto a música respirar, trazendo músicas e melodias que nós nunca cansaremos de ouvir e apreciar.