segunda-feira, 8 de julho de 2013

A agulha sem a colher


Me perdi no meio desse som, uma tremenda viagem pelo mundo que estava ali me esperando desde que embarquei nesse navio da música. Desde que comecei minha coleção, mantive aceso o desejo por ter LP's, mas a oportunidade nunca tinha aparecido. Escutar os primeiros acordes de Rainbow Eyes saindo por aqueles auto-falantes, mesmo que sem potência, causou uma mistura de sentimentos, desde emoção até euforia, quando as primeiras flautas começaram a soar. Já imaginava que veria os olhos do arco-íris quando escutasse o LP Long Live Rock'n'Roll, mas não imaginava que esses olhos teriam algum feitiço. Olhos que te chamam para o inesperado.

Não é simplesmente apertar um botão, quando temos MP3 ou até no CD, onde selecionamos a faixa por um controle remoto. Temos que posicionar a agulha na exata faixa, ajustar a rotação da vitrola, e sem a necessidade de uma colher, temos uma overdose das melhores de música. É uma experiência única, e diferente de tudo que tinha vivido nesses 10 anos de coleção.

Seja escutando os vocais de Stargazer, os relógios de Time, o canto gregoriano de Infestissumam, os solos de Infinite Dreams. A paz que aquela agulha, subindo e descendo, traz para o espírito é incalculável. Já me peguei apenas observando isso, em certo momento, sem ter noção de qual música estava saindo exatamente pelos auto-falantes.

Respire música, viva a música.

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