sexta-feira, 7 de junho de 2013

A volta dos imortais II


Isso está parecendo título de filme de Sessão de Sábado, faltou só adicionar o "com Chuck Norris e Jean Claude Van-Damme". Brincadeiras a parte, há quase 2 anos atrás, falei em outra postagem sobre a volta do Black Sabbath, justamente sob esse título, e agora, escutando o seu novo trabalho, o 13 (2013), vi que tinha de repetir o título. Os imortais de fato voltaram.

Essa foi minha sensação ao escutar os primeiros acordes de End of the Beginning. Acordes sombrios, característicos do início da banda, mas sem aquela "sujeira", o que alguns sentiram faltam. Mas, estamos em 2013, deixa o som sujo para os anos 70. A voz de Ozzy, apesar da idade, continua a mesma de sempre, foi bom ouvir novamente esse som sabendo que a guitarra ao fundo pertence a Tony Iommi. Como fã lixo que sou, não escutei o single God is Dead? assim que foi liberado. Uma boa música, mas não a melhor do álbum. Loner aparece mais como uma música da carreira-solo do Ozzy, dos tempos do Diary of a Madman (1981), boas transições, um refrão com instrumental lento, contrastando com o peso do resto da música. Zeitgeist faz lembrar os tempos do Tecnical Ecstasy (1978), época que Tony Iommi mais gostava de fazer "experimentos", a batida de percussão junto com o som limpo da guitarra lembram a essa época. A voz de Ozzy está até meio "penosa", acompanhando a melodia da música. Até os solos estão com uma pegada mais "feeling", não é à toa que chamo Tony de "mestre".
capa do 13 (2013).
Age of Reason traz a velha guitarra rifada, mas com um certo ar de modernidade. A música contrasta um pouco de Children of the Sea, por causa dos teclados, com War Pigs, nos solos melódicos. Live Forever segue a mesma linha da música anterior, só que puxando mais para o lado pesado. Os riffs são diferentes do que já tinha visto do Black Sabbath, ela para mim funcionou como um cartão de visita do "novo" Sabbath. Essa é a parte legal que acho da música, a adaptação com o tempo. É claro que terão pessoas que querem somente ouvir o som do Paranoid (1970), mas assim como o Black Sabbath revolucionou na época colocando distorção na guitarra, eles continuam, não "revolucionando", mas trazendo o peso do século XXI para o seu som. O riff poderoso de Damaged Soul dá sequência ao álbum, com direito a início sombrio e progredindo no final para um puro rock'n'roll, com destaque para o solo, já passou na cabeça a imagem dessa música sendo executada ao vivo. Para encerrar esse álbum vem Dear Father, meio pesada e meio melancólica, não gostei muito, mas não tirou o brilho do álbum.
Ozzy e Tony, em show da turnê 2013.
Confesso que desde o começo esperava encontrar uma sonoridade parecida com o Heaven & Hell, mas Tony e Geezer mostraram a categoria de músicos que são e apresentaram um instrumental bem diferente do projeto anterior. Particularmente, gostei muito do álbum, não cheguei a ter um saudosismo, mas, o álbum representa bem a história que essa banda tem, em produzir grandes músicas. A próxima "Paranoid" não vai sair desse álbum, mas que ele sirva de peça para a história da música, porque acima de tudo, eles são as maiores lendas do rock mundial.

Um comentário:

  1. Cara... realmente em alguns momentos pareceu ouvir a carreira solo de Ozzy. Sou suspeito, pois gosto muito da fase Dio no Sabbath... e tem uma apresentação deles como Heaven and Hell chamada Live Radio City Music Hall que está entre as coisas mas fantásticas que já ouvi. O '13' é melhor que 'Tecnical Ecstasy' ou 'Eternal Idol', mas fica abaixo de qualquer um da fase Dio, bem como de 'Vol. 4', ' Paranoid' e 'Black Sabbath', o trio de ferro da primeira passagem do Ozzy. No mais, belíssimo trabalho. Gostei muito do blog.

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