Black Sabbath - Heaven and Hell (1980) |
Bem-vindos a mais um volume da Galeria de Clássicos do Rock N’Prosa. Hoje irei comentar sobre um dos melhores álbuns que eu escutei na minha vida e que tive a honra de comprar recentemente. Estamos falando do maior clássico do Black Sabbath de todos os tempos, o Heaven and Hell.
O Black Sabbath estava passando por um momento difícil, depois do lançamento do Never Say Die, o vocalista Ozzy Osbourne decide deixar a banda e seguir carreira solo, uma despedida muito ruim por sinal. Nesse período, por volta do ano de 1979, Tony Iommi iniciou uma busca desesperada por um novo vocalista.
Depois de testes com diversos vocalistas eis que surgiu uma lenda. Ronnie James Dio assumiu a difícil missão de substituir Ozzy Osbourne nos vocais. Dio já havia cantado no Rainbow, banda que fez com que seu nome se consagrasse no mundo rock n’roll.
Comparar Dio e Ozzy é o mesmo que comparar David Gilmour e Roger Waters (para os fãs do Pink Floyd), ou John Lennon e Paul McCartney (para os fãs dos Beatles). É questão de gosto, eu procuro não distinguir, sou fã dos dois. Tenho álbuns do Ozzy na minha coleção, são muito bons, mas os do Dio não ficam para trás, apesar de não possuir nenhum no momento.
Black Sabbath em 1980: Geezer Butler, Ronnie James Dio, Tony Iommi e Vinnie Appice. |
No mesmo ano de 1979 a banda começou a compor o que viria a se tornar o Heaven and Hell. O baixista, Geezer Butler, compôs parte das letras e juntamente com Tony Iommi fizeram a parte instrumental, mas Dio foi quem assumiu realmente as rédeas de escrever as letras para o álbum.
Nesse momento tudo era incerto, porque os fãs mais conservadores da banda não poderiam gostar da nova linha que a banda tomou, e poderia ser difícil conquistar novos fãs, porque a banda já tinha 10 anos de carreira e a nova geração estava mais interessada em outras bandas, como a inovadora (na época) Iron Maiden.
Mas, no dia 25 de abril de 1980, o mundo viu que ainda existia força dentro do Black Sabbath. O Heaven and Hell foi lançado e não só agradou os antigos fãs, mas também agradou a nova geração de fãs, da chamada “Nova Onda do Heavy Metal Britânico” (do inglês New Wave of British Heavy Metal).
O álbum se inicia logo com a rápida Neon Knights, mostrando logo de cara a proposta do álbum, e mostrando acima de tudo que ainda existia vida no Sabbath. Como a maioria das músicas desse álbum, esse é um dos maiores clássicos da “era Dio”. Confiram ela abaixo:
Logo em seguida, a banda diminui um pouco a velocidade com a excelente Children of the Sea, mostrando toda a técnica vocal de Dio, outro grande clássico. Recentemente, antes do falecimento de Dio, os membros dessa época da banda se uniram e formaram a banda Heaven and Hell, chegaram até a fazer um show aqui no Brasil em 2009. Nos shows, músicas como Neon Knights e Children of the Sea eram quase que obrigatórias, e todos os presentes cantavam fervorosamente. Confira esse grande clássico logo abaixo, extraída do DVD do Heaven and Hell:
Mais um grande clássico logo em seguida, a pesada Lady Evil volta a mostrar a vontade do Sabbath em continuar a sua jornada musical. O que aconteceu é que os últimos álbuns da “fase Ozzy” (Tecnical Ecstasy (1976) e Never Say Die (1978)) não foram muito pesados, foram mais experimentais, diferenciando um pouco do estilo comum do Sabbath.
Agora, todos devem parar um pouco, que vem o maior clássico da história do Black Sabbath, na minha opinião. Muitos vão discordar, dizer que Paranoid é o maior clássico, mas para mim Heaven and Hell sem dúvida é a melhor música e o maior clássico deles. A música que leva o nome do álbum é uma perfeição, o instrumental faz lembrar o estilo dos primeiros álbuns como Black Sabbath (1970) e o próprio Paranoid (1970), com um riff bem cativante e fácil de lembrar. Mas, o que me chama a atenção nessa música é a letra, é algo indescritível, nunca pensei que o Black Sabbath um dia escreveria algo assim, eles meio que fizeram uma análise sobre toda a vida das pessoas. Segue abaixo esse grande clássico e um link para a letra dela também:
Letra: http://letras.terra.com.br/black-sabbath/4263/traducao.html
Continuando com o álbum vem a “ofuscada” Wishing Well, logo adiante eu digo porquê. O que destaco nessa música é a letra também, eles usaram a figura do “poço dos desejos” para falar sobre a vida, diferente de Heaven and Hell, que usou a figura do Céu e do Inferno.
Agora sim, mais um grande clássico da “era Dio”, Die Young. Uma música rápida, mais ou menos na linha de Neon Knights, que se tornou uma das favoritas dos fãs nos shows. Por isso do “ofuscamento” de Wishing Well, entre dois clássicos como esses não tem espaço para ela. Mais uma vez, uma brilhante letra, a mensagem que eles quiseram passar com Die Young foi: “Não espere pelo amanhã, viva a vida!”, geralmente ao vivo, Tony Iommi faz um pequeno solo de guitarra antes dessa música, deixando ela com um charme a mais. Confiram versão ao vivo gravada em um show do Heaven and Hell na Alemanha:
Na sequência do álbum vem Walk Away, uma boa música, mas um pouco abaixo do nível dos grande clássicos desse álbum.
Essa obra prima é encerrada com a “injustiçada” Lonely is the Word. É uma música muito boa, mas foi esquecida por todos os fãs, e pela banda também, ao longo dos anos. Foi uma boa forma de encerrar esse álbum, porque apesar das mensagens positivas de algumas músicas eles sempre acabam voltando para a realidade, e no fundo se todos forem ver essa acaba sendo uma verdade inconveniente.
Bom, esse foi mais um Galeria de Clássicos do Rock N’Prosa, por coincidência escrevi sobre mais um álbum do Black Sabbath, mas o próximo será diferente, quem desejar pode sugerir algum clássico que queira ver na nossa galeria.
Espero que tenham gostado e até a próxima.
Heaven and Hell, concordo plenamente, é o maior clássico do Black Sabbath. A letra descreve tudo.
ResponderExcluir''The less that you give, you're a taker''.
Outra parte que descreve muita coisa é: "The world is full of kings and queens, that blind your eyes and steal your dreams"
ResponderExcluirSensacional como Dio consegue transferir todos esses conhecimentos para a letra da música.
cara só uma observação, a primeira foto é na década de 90 e não 80, mais precisamente 92 quando lançaram o Dehumanizer
ResponderExcluirOpa, valeu, eu foquei na verdade na "formação" (que era a mesma), vou atualizar a legenda.
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