segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Resenha de Shows: Deep Purple (07/10/11 - Fortaleza/CE)

Eu poderia começar essa resenha com uma propaganda da MasterCard. Ingresso R$70,00...traslado Mossoró-Fortaleza R$50,00...reviver o passado pisando na areia da praia...não tem preço.

Era de manhã cedo quando comecei a cansativa viagem de Natal/RN para Mossoró/RN, e logo em seguida, de Mossoró/RN para Fortaleza/CE. Cheguei no início da noite e fiquei aguardando a abertura dos portões junto com todo mundo. O local do show não poderia ser melhor, a Barraca Biruta na Praia do Futuro, pisando na areia e escutando as ondas do mar.

Uma arena foi montada na praia em frente à Barraca Biruta. O que me surpreendeu foi o tamanho da arena e mais ainda, o público presente, que lotou a arena. Eu arrisco dizer que umas 10.000 pessoas estavam presentes para ver as lendas-vivas do Deep Purple executarem os seus clássicos no palco.

A banda República, de São Paulo/SP, abriu a noite executando clássicos do rock'n'roll e músicas próprias. Um show até que legal, se não fossem a quantidade excessiva de covers clichês e a constante lembrança da própria banda de que o Deep Purple tocaria em seguida. Dica do Rock'N'Prosa: "Execute o seu show e não se importe com que vem depois".

Respeitando a pontualidade britânica, exatemente às 23:00 a introdução começa a soar e Ian Pace (bateria), Roger Glover (baixo), Steve Morse (guitarra) e Don Airey (teclado e sintetizador) assumem seus lugares e começam a tocar Highway Star, um grande clássico, com a companhia logo em seguida de Ian Gillan, nos vocais.
Deep Purple no palco.
Logo de início pude constatar que apesar de velhos, eles ainda tem muito rock'n'roll no sangue. As músicas, apesar da voz aparentemente cansada de Ian Gillan, ganharam uma nova atmosfera, dada a habilidade ao vivo da banda. Eu confesso que já escutei muito Deep Purple de estúdio, mas nunca escutei nada ao vivo deles. O que eu vi no show foi algo que beira o fantástico, eles incluíram muitas jams nas músicas, não sei se para dá um descanso aos vocais de Ian Gillan, ou se para complementar ainda mais as músicas.

O show continuou com Hard Lovin' Man e Maybe I'm a Leo, mostrando toda a técnica de Steve Morse na guitarra. E logo em seguida veio mais um clássico, Strange Kind of Woman, para levantar novamente todos os presentes. Apesar de ser uma banda antiga com muitos clássicos, o Deep Purple soube dosar, executando clássicos e novas composições, o que deixou o show interessante, no meu ponto de vista. Um show lotado de clássicos é um show explosivo, um show em que você praticamente não presta atenção na banda porque está cantando as músicas, mas um show como o Deep Purple fez, faz você parar e observar a banda executando as músicas com maestria.

Ainda estiveram presentes Rapture of the Deep, Mary Long (a surpresa da noite) e Contact Lost, seguida de um fantástico solo de guitarra de Steve Morse. Essa foi uma das minhas partes favoritas do show, no final do solo a banda chegou junto e Ian Gillan iniciou When the Blind Man Cries, seguida de uma chuva de aplausos. Após esse clássico a banda ainda executou Lazy e outra pedreira, Knocking at your Back Door, música que depois do show já ficou sendo a minha favorita do Deep Purple, foi muito bem executada.
Don Airey e seu jogo de teclados e sintetizadores, no melhor estilo John Lord.
Logo após a banda executa No One Came e deixa o palco, ficando somente Don Airey, no seu estilo Charles Bronson, imerso no seu universo cheio de teclados e sintetizadores. Ele inicia sua viagem executando clássicos da música como Bach e Vivaldi, chegando até a executar Villa-Lobos. No final do seu solo ele emenda com o grande clássico Perfect Strangers, sendo acompanhado pelo restante da banda, outro grande momento do show. E daí em diante clássicos foi o que não faltou, vieram Space Truckin' e nada mais nada menos que Smoke on the Water, cantada por todos os presentes.

A banda deixa o palco, e com pouco tempo volta para o bis. Após uma breve jam a banda inicia Hush, do Billy Joe Royal, acompanhado por um solo épico de Ian Pace na bateria. Eu confesso que já vi muito baterista veloz, mas nenhum tem a técnica que Ian Pace tem, não tenho palavras para descrever aquilo. Antes de encerrar a noite, todos ainda foram brindados com um solo de baixo de Roger Glover (a simpatia em pessoa, vale salientar) e em seguida Ian Pace puxou Black Night, mais um grande clássico para encerrar de vez esse grande show.
o bom velhinho Roger Glover e Ian Pace, mestre da bateria.
Como falei no início da resenha, a viagem foi cansativa, mas valeu a pena cada kilômetro rodado para assistir o show. Mesmo com mais de 40 anos de carreira, os caras continuam mandando muito bem, e sem contar na oportunidade de poder ver lendas-vivas do rock'n'roll, não é todo dia que isso acontece.

É isso, web-leitores, espero que tenham gostado dessa resenha, e até o nosso próximo show.

Um comentário:

  1. Voltando aqui em 2024 pra relembrar o setlist e lembrar desse dia tão memorável. Eu também estive lá.

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