Depois da alegria do show de Paul McCartney, voltamos à nossa realidade. Algo mais sério está em jogo agora. Na última quinta-feira foi o seu show em Fortaleza/CE, na nova Arena Castelão, um show grandioso, tão bom quanto os últimos que fui no Rio de Janeiro/RJ e Recife/PE. Mas, apesar do show, uma grande preocupação tomou conta de mim e imagino que da maioria das pessoas que esteve lá na localidade.
Em 2014 o Brasil cediará a Copa do Mundo da FIFA, mas é claro, antes vem a Copa das Confederações. Somente 4 estádios farão parte da vindoura competição: Arena Fonte Nova (em Salvador/BA), Maracanã (no Rio de Janeiro/RJ), Estádio Mané Garrincha (em Brasília/DF) e Arena Castelão (em Fortaleza/CE). Este último não trata só a realidade local, imagino que trata a realidade do Brasil.
Copa das Confederações Brasil 2013. |
Um dos eventos testes para a Copa das Confederações, além do clássico Fortaleza vs. Ceará, foi o show da lenda viva do rock, Paul McCartney. Digo logo, Fortaleza/CE, vocês não passaram no teste. Isso é sério. Daqui há 1 mês aproximadamente a mesma cidade vai receber a Copa das Confederações.
Antes que comece a injustiça, o que está em jogo aqui não é a qualidade do estádio, que é o que o mundo vê na televisão. A Arena Castelão está impecavelmente moderna e bonita. Não há o que reclamar. Estrutura "européia". Mas, o que preocupa é o que está ao redor da Arena Castelão.
Arena Castelão, em Fortaleza/CE. |
Só para situar, há 1 mês da competição, as obras de mobilidade ainda não foram concluídas. Vamos aos números, citando o evento-teste como exemplo. Levei aproximadamente 3 horas para percorrer um caminho que normalmente é percorrido em 20 minutos, entre o hotel e a Arena Castelão, e detalhe, o engarrafamento estava grande e parado de um jeito que tive que descer do táxi e ir a pé para o estádio. Essa minha caminhada foi de 4 km, 4 km!! Ainda estou com bolhas nos dedos dos pés por causa dela, mas ou fazia isso ou perdia o show. Caminhando (e correndo, tendo até que ouvir piadas de "maratonista" enquanto passava pelas pessoas), vi a extensão do engarrafamento de veículos. Ônibus, vans e carros comuns se espremiam em uma única via. Vagas de estacionamento tinha aos montes, mas as vias não contribuíam para a fluidez do trânsito. Resultado da não conclusão das obras de mobilidade. E acabou por aí? Saindo do estádio, após o show, a falta de táxis prejudicou a volta para casa da maioria das pessoas. Até as informações eram desencontradas, com os policiais sempre mandando seguir em uma direção diferente na esperança de encontrar um táxi Mas, nada feito. Nenhum táxi (livre) sequer foi encontrado. Minha sorte foi uma carona que consegui até o hotel.
Essa mesma cidade, receberá um público duas vezes maior daqui há 1 mês, para o evento-teste da Copa do Mundo da FIFA, a Copa das Confederações. Essa mesma cidade, pelo que vi na última quinta-feira, não está de forma alguma preparada para receber a competição. Se o evento-teste passado servir de alguma coisa, que sirva para acelerar as obras na cidade. Tirando a alegria do show, a situação que se passa ali é preocupante. Imagino que essa é a realidade do restante dos estádios participantes da Copa das Confederações e até da Copa do Mundo, dado que algumas obras estão atrasadas.
Precisamos correr, e rápido.