Ultimamente eu tenho começado as resenhas com uma indagação de espanto, de que algo que beirava o impossível estava prestes a acontecer. Essa de hoje não é diferente. Eu não era nem nascido quando o Viper lançou o seu álbum Soldiers of Sunrise (1987) e tinha 1 ano de idade quando lançou o Theatre of Fate (1989), dois grandes clássicos do heavy metal nacional.
Muito tempo se passou, e quando tive meu primeiro contato com o rock'n'roll, o Shaman estava lançando o Ritual (2003). Depois daí tive mais contato com o trabalho de André Matos, com o Angra, e posteriormente com o Viper. Essas duas verdadeiras coletâneas do Viper marcaram a história do heavy metal nacional, e foram justamente elas o tema dessa turnê do Viper. A formação clássica do Viper com André Matos (vocais), Pit Passarell (baixo), Felipe Machado (guitarra), Guilherme Martin (bateria), juntamente com Hugo Mariutti (guitarra), subtituindo Yves Passarell (que está atualmente no Capital Inicial), se reuniu para comemorar os 25 anos de banda.
A turnê To Live Again dá a oportunidade de que pessoas que nunca viram a banda, pudessem vê-la pela primeira vez, e de pessoas que cresceram escutando o Viper, prestigiassem novamente um show deles. Em 1988, Natal/RN foi uma das primeiras cidades fora de São Paulo/SP a receber o Viper, e 24 anos depois, a cidade voltou a receber a banda, fato enaltecido por André Matos durante o show.
Vamos agora às críticas. Um show desses, ainda mais pelo preço que foi cobrado dos ingressos, exige um local em perfeitas condições sonoras. Um show de rock'n'roll não é um show qualquer. Outros estilos musicais não exigem tanto do equipamento quanto o rock'n'roll exige. O sistema sonoro precisa ter boa qualidade de graves e agudos, de forma a destacar o peso e os solos, além dos vocais. O que aconteceu foi que instalaram um sistema muito aquém do exigido pelo rock'n'roll, o que prejudicou o som das bandas.
Mesmo com a precariedade do som, os shows do Comando Etílico, Deadly Fate e Darkside conseguiram levantar o público, que diga-se de passagem, lotou o Cultura Clube. Ainda estou com alguns hematomas nas costas adquiridos no show do Darkside, que encerrou o show com Conquistadores, do Running Wild, e a clássica Fragments of Time.
(foto: Hudson MetallMilitia) |
Já passava das 2 da manhã quando o Viper subiu no palco e iniciou a jornada pelo Soldiers of Sunrise (1987) com Knights of Destruction, cantada por todas as 500 pessoas presentes. O set-list não teve surpresas, Soldiers of Sunrise (1987) na íntegra na primeira parte do show, com destaque para Nightmares, Law of the Sword e a própria Soldiers of Sunrise. As constantes microfonias, devido aos agudos brilhantes de André Matos tiraram o brilho de algumas músicas, mas não tiraram a diversão do show. Além da música, a maioria das pessoas estavam ali para presenciar aquele momento histórico, a reunião de uma banda clássica, com músicos consagrados mundialmente, como é o caso de André Matos, e que não tocava junta há muito tempo. Esse foi o barato da noite.
(foto: Amarilis Melo) |
Após a primeira parte do show, o telão instalado no Cultura Clube começou a transmitir um documentário sobre a história do Viper, e logo após Illusions começou a ser executada, introduzindo o Theatre of Fate (1989), segundo álbum do Viper e segunda parte do show. Mais uma vez, álbum executado na íntegra, com direito a To Live Again, Living for the Night e A Cry from the Edge. Um dos momentos mais marcantes do show foi quando André Matos tomou lugar no piano e iniciou a épica Moonlight, uma excelente composição. O segundo ato do show foi encerrado com Prelude to Oblivion.
Após uma pequena pausa, a banda volta para o bis e executa Rebel Maniac e encerra o show com We Will Rock You, do Queen. A noite foi muita cansativa, com a intensidade de todos os shows, mas foi muito recompensante. Foi um momento histórico, e isso é o que ficará na lembrança de todos. Espero que os shows continuem a vir para Natal/RN e que da próxima vez instalem um som adequado ao estilo, para não prejudicar o espetáculo.
Apesar de tudo, o cenário está melhorando. Até o nosso próximo show.
É ne,que bom que deu gente no show,apesar dos preços dos ingressos terem sido carissimos... O show merecia um lugar melhor,quer dizer,com uma estrutura melhor para ser realizado e com um SOM BOM né....hehehe...
ResponderExcluirNão fui pro show por pura preguiça minha,preferi sair do trampo e ir pra casa dormi...
O Armazém seria o espaço mais apropriado para o show (bastava resolver o lance do telhado). Tem uma acústica melhor, mais espaço e melhores acomodações. Mas o show foi excelente; noite histórica para cena metalica potiguar.
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