Pedindo licença a todos os nossos web-leitores do Brasil, mas vou dedicar essa postagem ao estado do Rio Grande do Norte. Apesar de falar da minha cidade, essas impressões podem ser expandidas para todo o Brasil, visto que após observar as cenas de Florianópolis/SC e interior de São Paulo, vi que aquela utopia de que lá fora tudo é melhor, é apenas ilusão.
Os Centros Culturais são a melhor opção para observar novos sons e estilos musicais, principalmente na nossa região, que está dominada por apenas um tipo de cultura. Caminhando com dificuldade, mas mantendo-se em pé, os centros culturais estão ganhando mais espaço e expandindo a cultura no nosso estado.
O que chamo de expandir cultura não está relacionado apenas ao rock'n'roll, e sim a todos os estilos musicais menos favorecidos. O que acontece muitas vezes é que os próprios artistas precisam se "corromper" e tocar músicas que não são do seu agrado, por dinheiro, ou até mesmo em bares, tocando músicas de outros artistas mais "consagrados". Isso mata o trabalho autoral.
As bandas não se atrevem a compor porque temem que o retorno financeiro não seja alcançado, e é justamente nesse ponto que o Centro Cultural entra. Diferentemente dos outros estabelecimentos, os artistas com trabalho autoral possuem espaço, e somente eles, nos Centros Culturais. A referência disso no nosso estado é o DoSol, chefiado pelo grande Anderson Foca.
Há muitos anos trabalhos vêm sendo feitos para divulgar a cultura local, um exemplo disso é o Festival DoSol, que acontece todos os anos na Ribeira, em Natal/RN, e ultimamente, está acontecendo em Mossoró/RN também. Para mim foi a melhor oportunidade que já tive de conhecer novas bandas, conhecer novos estilos, fugir um pouco dos trabalhos que a mídia especializada nos fazem prestigiar.
Todo esse processo tendia a ser engolido pela sociedade, que muitas vezes é o instrumento maior de preconceito que barra a expansão da cultura, mas não, até ela passou a entender a importância disso e está ajudando. Isso proporciona o crescimento das bandas, a expansão das casas de show e o principal, o reconhecimento da cultura do seu estado. Por está mais ligado ao rock, até já comentei sobre as bandas locais em uma postagem (confira AQUI), mas bandas de MPB e Jazz também estão no mesmo balaio.
A estrutura da cultura alternativa ainda não alcançou o mesmo patamar das culturas já estabelecidas e apoiadas pela sociedade, mas tudo está caminhando para o melhor. O Centro Cultural DoSol, que funcionava apenas em Natal/RN, inaugurou na semana passada uma sede em Mossoró/RN, trazendo a banda potiguar Camarones Orquestra Guitarrística.
Apenas ontem tive tempo de ir contemplar a estrutura com o show das bandas Kataphero (RN) e Sodoma (PB). E que estrutura! Não precisamos de grandes palcos, grandes campos abertos, nada disso, apenas coloque um lugar confortável e com uma estrutura de som digna para tudo ficar bem. E foi essa a minha impressão do Centro Cultural DoSol Mossoró, um local que faltava nessa cidade. As bandas vão continuar vindo, sempre com uma banda potiguar a acompanhando, quando estas não são a atração principal.
Os desejos que ficam é que a cultura continue a expandir e que todos possam conferir as novas bandas, não só da nossa cidade, mas do nosso estado, e percam o preconceito.