quarta-feira, 13 de junho de 2012

Subindo no palco



Um minuto de silêncio antes de pegar o instrumento, passos largos na escada que dá acesso ao trono, no lugar de destaque estão os donos do momento. É uma sensação estranha, de fato, um dia sair da platéia e tomar o lugar uma vez ocupado por muitos grandes músicos, e proporcionar a seus amigos um grande show.

Procuro não pensar muito nisso para ver se as mãos param de tremer e o som sai pelo menos próximo do que foi ensaiado. Problemas podem surgir, o som pode não está como você quer, mas a sua vontade em executar suas músicas deve superar isso. Não sei como descrever a sensação de olhar para frente e ver pessoas (está bem, uma só) cantando aquilo que você escreveu, a vontade que dá é de descer do palco e cantar junto, mas alguém tem que segurar a música.

Seus companheiros de banda se tornam seus irmãos, a conexão que existe é indescritível, parece que todos se unem em torno de um só fenômeno, a música. Mais estranho ainda é você se ver na platéia, quando a garotada te vê com camisas do Black Sabbath e Motörhead e pergunta se vai ter cover dessas bandas, e seus olhos quase saem da caixa ocular quando a resposta é positiva. Não vou mentir que me vi naquela cena, há muito tempo atrás em Mossoró, descobrindo o rock'n'roll aos poucos.

A energia presente no momento seria capaz de abastecer cidades como Londres por séculos: a explosão da guitarra, os ataques na bateria, o poder do baixo e a harmonia dos vocais. A música é um mero meio para se atingir algo maior.

Essas foram apenas relatos de alguém que viveu e vive isso, sempre que possível, com muito afinco. E se me dão licença, o show vai começar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário