Não é de conhecimento de muitos que a indústria do entretenimento eletrônico hoje é até maior do que a cinematográfica. Do final dos anos 2000 para cá as produtoras de jogos eletrônicos deram um salto gigantesco e hoje podem ser consideradas como as maiores companhias do entretenimento, desbancando até os indestrutíveis estúdios produtores de filme.
A produção de um jogo eletrônico hoje exige a mesma, ou senão, maior quantidade de trabalho do que para produzir um filme. E assim como os filmes, os jogos hoje estão produzindo trilhas-sonoras próprias, e é aí que entra o nosso velho rock'n'roll.
Sempre que possível, as produtoras incluem bandas de rock no enredo de sua obra e é claro que cada nova banda de rock, mesmo que fictícia, traz uma nova música. A primeira vez que presenciei isso foi no jogo Vice City, da série Grand Theft Auto. A Rockstar, produtora do jogo, criou o Love Fist, banda de hard rock que teve seu auge nos anos 80. As músicas não são comparáveis com o Journey ou Twisted Sister, por exemplo, mas até que são "escutáveis". O importante disso foi a quebra do paradigma, porque abriu as portas para outras produtoras tentarem isso também.
Voltando mais no tempo, para o início dos anos 90, temos o jogo Duke Nukem, que teve seu tema principal composto nada mais, nada menos, que pelo Megadeth. Até onde me lembro, essa foi a primeira vez que uma banda de rock dedicou uma composição a um jogo eletrônico. Assim como o jogo, o tema principal também virou um clássico.
Essa fórmula parece que vem dando certo, o Megadeth (mais uma vez) e o Blind Guardian divulgaram suas novas composições através de jogos recentemente. A impressão que eu tenho é que esse era um mercado adormecido que foi descoberto pelas gravadoras. O próprio Blind Guardian "apareceu" executando sua nova música Sacred no jogo de mesmo nome:
Quem ganha com tudo isso são os fãs de jogos e de rock'n'roll, porque as surpresas são maiores. O último fato desse tipo que presenciei foi no jogo Alan Wake, que diga-se de passagem, um dos melhores que já joguei até hoje. Os produtores encaixaram dois velhos motoqueiros, que tinham uma banda chamada Old Gods of Asgard nos anos 70, no enredo do jogo, e divulgaram duas de suas composições no decorrer da trama. A música The Poet and the Muse foi composta exclusivamente para o jogo, e ela simplesmente fica na sua cabeça, por isso gostaria de encerrar essa pequena viagem pelo mundo eletrônico com ela:
Como aconteceu no ano passado, nesse fim de dezembro e início de janeiro o blog faz a sua parada habitual, mas sempre que possível vou retornar com mais contos do mundo rock'n'roll.
Até breve.