Master of Reality (1971) |
Poucas bandas possuem o poder que o Black Sabbath possui em fazer grandes álbuns. Para abrir essa seção semanal sobre os grandes clássicos do rock n’roll, nada como um autêntico clássico dessa banda que deu vida a toda uma era, com a criação do que é conhecido hoje como heavy metal.
O Master of Reality é o terceiro álbum do Black Sabbath e foi lançado oficialmente no dia 21 de julho de 1971 pelo selo Vertigo. O álbum, produzido por Rodger Bain e possui ao todo 8 faixas, totalizando aproximadamente 34 minutos de duração. Master of Reality vendeu ao todo mais de dois milhões de cópias e tem um espaço garantido na “Galeria de Clássicos do Rock N'Prosa”.
Black Sabbath: Tony Iommi, Ozzy Osbourne, Geezer Butlet e Bill Ward |
Os fãs do gênero estavam desapontados depois do álbum quase acústico do Led Zeppelin (Led Zeppelin III), as esperanças em algo pesado agora só dependiam do Black Sabbath, que não desapontou e jogou todo o seu peso no Master of Reality.
A pesada Sweet Leaf oferece as boas-vindas a todos, apesar da letra fazendo apologia às drogas (provavelmente à maconha), essa música é um dos grandes clássicos do Black Sabbath. Uma curiosidade sobre esse álbum é que, por ter sofrido um acidente com seus dedos em uma fábrica alguns anos antes, o guitarrista Tony Iommi teve que afinar sua guitarra três semi-tons abaixo, o que reduziu a tensão nas cordas e conseqüentemente deixou o som do Sabbath mais pesado ainda.
Tony Iommi critica os pensamentos teológicos em After Forever, música creditada a ele somente, ao contrário das demais, que foram creditadas a todos os membros da banda.
A banda mostra também o seu lado técnico no instrumental Embryo, fazendo lembrar um pouco o estilo polka. Esse instrumental é a introdução para Children of the Grave, a faixa mais clássica do álbum, e uma das minhas favoritas de toda a história do Black Sabbath. A fase do rock em geral não era para singles, mas Children of the Grave foi lançada como um single, dada a sua magnitude. A letra é um show a parte, gosto principalmente do trecho que diz: “Children of tomorrow live in the tears that fall today”.
Em seguida, Tony Iommi mostra o seu lado mais “sensível” e abandona a guitarra e as distorções no instrumental Orchid, executado somente com violões, esse instrumental mostra que o Black Sabbath não é apenas rock pesado, mas uma revolução musical. Experimentos com diferentes melodias podem ser encontrados no álbum Vol.4, com a música Changes e no Tecnical Ecstasy com It’s Alright.
Black Sabbath ao vivo no ano de 1971 |
A pesada Lord of this World vem logo em seguida, abandonando toda a “sensibilidade” do instrumental antecessor. O ponto forte da música são os seus solos com guitarras intercaladas, desconheço se foi a primeira vez que uma banda tentou essa técnica, mas realmente ficou muito bom. Logo em seguida, a banda diminui o ritmo novamente na cativante Solitude e encerra o álbum com a clássica Into the Void, outro grande clássico do grupo, música que até hoje faz parte dos shows solo de Ozzy Osbourne e fez parte da turnê de reunião do Black Sabbath em 1999.